Após dois anos de serviços prestados no Instituto Bíblico de Brasília (DF), um enfermeiro entregou à Arquidiocese da capital federal, um dossiê com vários vídeos e conversas no WhatsApp que revelaram um esquema de sexo e orgias dentro instituto, organizado pelo padre Brás Costa.
O profissional da saúde contou que as primeiras investidas do padre vinham acompanhadas de elogios ao seu corpo e carícias nos braços, nádegas e até mesmo no pênis. A rede sexual foi mantida no instituto entre 2019 e 2021.
- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
“Além do padre Brás, quase todos os seminaristas do instituto sabiam e muitos participavam das sessões de sexo. Eu acabei cedendo às investidas”, disse o rapaz, que é bissexual, ao portal de notícias Metrópoles.
Pressão
O enfermeiro disse que havia uma pressão para que ele cedesse aos atos sexuais do religioso.
“Ficava muito claro que eu poderia perder o meu emprego caso não aceitasse. Acabei mantendo relações sexuais com esse padre durante dois anos. Isso acabou com a minha vida: tive depressão e até tentei suicídio”, relatou.
Sem hora ou lugar para fazer sexo, os atos aconteceram dentro de todos os cômodos do prédio cristão, como nos quartos, banheiros, corredores e mesmo após as missas. Tudo sendo combinado com antecedência pelo WhatsApp. O enfermeiro também revelou que recebia dinheiro do religiosos em algumas ocasiões.
O que diz o padre
Questionado, o padre Brás Costa negou que tivesse mantido alguma relação sexual com o enfermeiro. Segundo pároco, o homem tentou chantageá-lo. “Ele prestou serviço no instituto e, há alguns meses, quis me extorquir com essas fotos. Como não cedi, ele procurou a imprensa”, defendeu-se.
O padre ainda admitiu que elogiou o pênis do enfermeiro, mas não quis responder qualquer outra pergunta ao jornal.
Leia a nota na íntegra da Arquidiocese de Brasília:
“O Sr. Arcebispo Dom Paulo Cezar Costa tomou conhecimento acerca da situação do Instituto Bíblico de Brasília.
Diante das circunstâncias que conheceu, considerando tradições e peculiaridades próprias da Igreja Católica, instituiu a Visita Canônica ao referido Instituto no mês de Nov/2021, designando responsáveis para apurar eventuais irregularidades, de modo que pudesse decidir a respeito do futuro institucional da entidade, cujo resultado foi ‘encerrar as atividades’.
Quanto aos fatos apontados pelo Sr. F., importante dizer que a Arquidiocese de Brasília, na pessoa do Sr. Arcebispo o acolheu, ouvindo suas declarações e lhe prestando assistência, encaminhando as providências próprias que lhe cabe no âmbito religioso.
Entretanto, no que toca ao sentimento de assédio por parte do denunciante, não cabe a Igreja trazer definições. Pois aquele que se sentir lesado em sua honra tem o direito de buscar o Poder Judiciário para sanar o dano que supostamente lhe tenha sido causado por outrem. Recomenda-se que o denunciante busque solucionar esta situação perante a Justiça Civil do País, isso porque foge a jurisdição canônica da Igreja.
Quanto ao Pe. Brás Ivan Costa Santos, importante destacar que ele não faz parte do Clero de Brasília, dessa forma, a responsabilidade pela situação canônica e religiosa do padre compete ao Bispo da Diocese de Lugano, na Suíça, onde o mesmo foi ordenado padre e se encontra incardinado.
Dom Paulo Cezar já pediu providências ao Bispo de Lugano, na Suíça, informando sua decisão contrária à permanência do Pe. Brás Ivan no território da Arquidiocese de Brasília. Além disso, o Arcebispo de Brasília continuará empenhando todos os esforços, dentro de suas competências canônicas, para resolver a situação”.