No dia 28 de julho é comemorado o Dia do Agricultor, trabalhador de tamanha importância para a economia e principalmente para todos os brasileiros. A data foi criada para homenagear os trabalhadores que colocam alimento na mesa da população. A data foi criada em 1966 em comemoração aos 100 anos da fundação do Ministério da Agricultura. Mato Grosso é o estado com a maior concentração de agricultores e também é a que mais produz diversos tipos de leguminosas e cereais. O estado coleciona histórias de superações e esperança. Por um local melhor para prosperar, muitas famílias vieram de diversas regiões do país para ocupar Mato Grosso, após a proposta do Governo Federal para povoar a região mais ao norte do Brasil.
Os agricultores mato-grossenses possuem histórias de superação e amor pelo trabalho, herdado pelos pais, como no caso do filho mais novo da família Basso, de Itanhangá (452 km de Cuiabá). Henrick contou que nasceu em meio às lavouras e aprendeu o ofício com o pai Claudionor Francisco Basso e a mãe Nara Terezinha Boelter Basso.
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“Desde que eu me conheço por gente, eu sempre fui criado no sítio, na lavoura e meus pais também vêm lá do sul com esse legado dos pais dele, na época que eles eram crianças. Então, assim que eles vieram para o Mato Grosso, meu pai e minha mãe já veio para cá com a intenção comprar um pedaço de terra e continuar a vida na agricultura e isso eles passaram para gente, passaram para mim, passaram para minha irmã. Eles ensinaram tudo para gente, ensinaram como plantar, como colher, como cultivar, e isso, mais do que paixão, fica no nosso coração, eu tenho muito orgulho de ser agricultor”, disse.
Henrick comenta que tem muito orgulho do que faz e pretende repassar os mesmos costumes aos sobrinhos e no futuro aos filhos. Ele cita que a paixão pela agricultura é tão grande em sua família que, ao longo dos 30 anos de manejo, nunca pensaram em desistir.
“Quero muito passar para os meus sobrinhos e consequentemente para os meus filhos, quando eu tiver. É uma paixão, é uma paixão que cada vez você quer persistir mais, nunca desistir. Nós nunca pensamos em desistir, nós sempre queremos persistir, cada vez querendo produzir mais e fazer mais, porque é o alimento de todo mundo, todo mundo vive disso e é para isso que a gente vive”, afirmou.
Produção com responsabilidade
Assim como a família Basso, outros agricultores chegaram a Mato Grosso e desenvolveram amor pela terra e pelo trabalho. Devido a essa paixão, diversos produtores cuidam da principal matéria-prima do trabalho, a terra. Com isso, além de cuidar e fornecer a alimentação da população, os agricultores também se preocupam com o meio ambiente. Isso faz com que o ofício se torne ainda mais importante, pois além da alimentação, ainda cuida do futuro do estado.
Em entrevista com agricultores, sobre as medidas para reduzir os impactos ambientais em relação à produção, os produtores Pedro Beppler, de Sapezal, Vagner Herklotz, de Campo Novo do Parecis, e Josi Koch, de Água Boa, contaram sobre algumas medidas tomadas para reduzir os impactos ambientais.
Eles contam que além do plantio direto nas propriedades, que é um processo que reduz o revolvimento do solo e mantém a palhada da plantação anterior, eles também seguem outras medidas para manter a produção mais limpa. Pedro Beppler, contou que na propriedade dele além de seguir as medidas legais para o funcionamento da propriedade, também faz a reciclagem de resíduos que sobram.
“No plantio direto já estou há 40 anos, sem mexer o solo. Embalagem também, tem um lugar pra levar na cidade. Então lá na cidade tem praticamente 100% da reciclagem do papelão e toda a cidade leva na reciclagem de papelão”, disse
Assim como o amigo de ofício, Vagner Herklotz explicou que na propriedade dele há uma reserva de 30% da mata nativa, 10% acima do mínimo exigido pela legislação. Além disso, as embalagens de agrotóxicos são devolvidas para evitar a contaminação das águas na região.
“Toda a embalagem de agrotóxicos a gente devolve 100% em Campo Novo do Parecis. Nós temos uma equipe, uma consultoria de segurança do trabalho também que nos ajuda nessa parte ambiental. O lixo também é tudo separado, e reciclável. Lá também tem uma central de coleta de pneus, a cada dois meses, eu junto os pneus que tem e levo no depósito lá. Lá é feita a reciclagem. Todos os produtores levam lá, a usina leva, os borracheiros da cidade também levam lá”, disse.
A produtora Josi Koch explicou que faz o movimento contrário dos colegas que levam os pneus para a reciclagem, pois além da agricultura, ela também trabalha com a pecuária e os pneus são usados como bebedouros e coxos para a alimentação dos animais.
“Nós buscamos nesses pontos de entrega de pneus e nós reaproveitamos fazendo bebedouros e coxos de ração. E assim, prazo indeterminado, porque não estraga de jeito nenhum. Na nossa propriedade a gente também faz a coleta do lixo, faz a separação na fazenda e leva até a cidade onde tem a empresa que faz a parte de separação dos produtos recicláveis. O que é orgânico fica na fazenda, tem a cova onde é enterrado, mas o que é reciclado vai para a cidade”, explicou.
O dia relembra a força dos agricultores que tiveram iniciativa de plantar esperança em Mato Grosso, fazendo com que o estado se destacasse no mundo como uma das maiores potências do da agricultura e tudo isso ainda cuidando do meio ambiente e do futuro.