Allan Henrique Fernandes Rendeiro, médico obstetra, protagonizou cenas que ganharam a revolta popular nesta segunda-feira (24). Em um vídeo, o médico insiste em coagir os pais de uma criança recém-nascida a dizerem que vão votar em Jair Messias Bolsonaro (PL) para a presidência. A mulher havia acabado de dar à luz e o caso foi registrado na Maternidade do Povo, em Belém (PA).
A criança teria nascido na última sexta-feira (22) e o médico aproveita a data para fazer trocadilhos com o número do candidato.
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“Eu sou Gael, já nasci 22 e vou votar no Bolsonaro... Eu vou começar a reclamar aqui no hospital para diferenciar o negócio do pai, eles botam uma roupa vermelha... O doido não vem dizer que vai votar no Lula... Rapaz, tu quer que eu vá já embora e nem opere ela”, diz o médico ao casal enquanto ele mexia no bebê.
As imagens foram publicadas pelo próprio médico nas redes sociais, mas na primeira repercussão negativa, Allan apagou o vídeo.
Em resposta às várias críticas, o profissional disse desconhecer o vídeo.
“Agora a pouco verifiquei o aplicativo onde publico vídeos sobre o nascimento de crianças que tenho a felicidade de fazer o parto e pergunto aos pais se existe alguma objeção sobre publicar os vídeos. Existem centenas de vídeos publicados e não se coadunam com os dizeres a mim atribuídos”, disse o médico em nota enviada a imprensa local.
A vereadora Lívia Duarte (PSOL), de Belém, que é deputada estadual eleita no estado do Pará, comunicou em suas redes sociais que já oficiou um pedido de abertura de investigação sobre o episódio, e classificou a conduta do médico como “assédio e ameaça direta à integridade da paciente”.