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Variedades Quarta-feira, 03 de Novembro de 2021, 09:10 - A | A

Quarta-feira, 03 de Novembro de 2021, 09h:10 - A | A

AMOR VERDADEIRO

Cães entram em ambulância para acompanhar dono no hospital

G1

Um socorro de rotina de uma das equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), de Bauru (SP), revelou que a fidelidade dos animais de estimação a seus donos não possui limites.

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O catador de recicláveis José Antônio Pereira, de 47 anos, vítima de convulsões, só pôde ser levado à unidade de saúde depois que as duas socorristas que participaram do atendimento “permitiram” que os dois cães do homem o acompanhassem dentro da ambulância.

Segundo Patrícia Iolanda Antunes, enfermeira-chefe do Samu em Bauru, a aventura de sua equipe começou no início da tarde desta segunda-feira (1º) no atendimento a um caso de paciente convulsionando no bairro Jardim Ivone.

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Na chegada ao local, a motorista Josyane Plana e a técnica de enfermagem Maria de Lourdes Pereira encontraram o catador ainda caído no chão e um pouco confuso, mas não conseguiram chegar perto do paciente porque seus cães avançavam em quem se aproximasse do homem.

Elas conseguiram conversar com o catador, que informou o nome de seus cães: Bob e Chiara. As socorristas conseguiram acalmar os animais os chamando pelos nomes e colocaram o homem na maca. Mas ao colocar o paciente na viatura, os dois cães entraram e ficaram ao lado do dono.

“As socorristas me chamaram no nosso grupo interno, mandaram a foto dos cães dentro da viatura, e disseram que, ‘se alguém reclamasse’, elas não tiveram outra alternativa a não ser transportar os animais junto ao paciente. Elas justificaram ainda que, se não fosse assim, os cães poderiam correr atrás da ambulância e serem atropelados”, explicou a enfermeira-chefe do Samu.

Na sequência, a equipe do Samu ligou para o médico-regulador do serviço para justificar a decisão e as socorristas disseram que os animais não abandonariam o homem. O médico aprovou a decisão da dupla.

Mas a saga de fidelidade demonstrada pelos cães não terminou no desembarque do paciente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Mary Dota, para onde o homem foi levado.

Como o catador de recicláveis precisou passar a noite em observação, Bob e Chiara deitaram-se na porta da sala de emergência da UPA e passaram a madrugada à espera do dono.

Na manhã desta terça-feira (2), José Antônio teve alta, pôde reencontrar seus amigos fiéis e voltar para casa.

“Trabalhamos no limite entre a vida a e morte, temos de ser técnicos, mas não podemos deixar de sermos humanos. Acredito que o fato de termos duas mulheres nessa equipe foi fundamental nesse episódio que reforça o processo de humanização que a gente busca. Nós mulheres somos mais sensíveis”, acredita Patrícia Iolanda.

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