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Saúde e Bem Estar Quarta-feira, 30 de Outubro de 2024, 16:01 - A | A

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ATENÇÃO

Maioria das crianças com problemas de visão não são diagnosticadas e não usam óculos

Assessoria de Imprensa

Um estudo feito com 110 mil alunos de escolas públicas mostrou que duas em cada dez crianças com idades entre 6 meses e 15 anos possuem problemas de visão. O mais grave disso é que a grande maioria delas ainda não foi diagnosticada e, por isso, não usa óculos. O acompanhamento dos pais e das escolas ao rendimento escolar destes alunos e a necessidade de consultas periódicas com um oftalmologista são fundamentais para corrigir estas distorções e dar às crianças uma melhor qualidade de vida.

O levantamento foi feito pelo projeto "Em Um Piscar de Olhos" e constatou que das 21 mil crianças que apresentavam problemas de visão, 18 mil não haviam passado por consultas com um médico. “Isso é sem dúvida algo muito grave. “Os problemas de visão se não diagnosticados e tratados precocemente podem trazer graves danos ao aprendizado e à socialização destas crianças”, explica a oftalmopediatra Ana Paula Procópio, que atua no Hospital Visão, em Cuiabá.

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Entre os problemas mais comuns encontrados em crianças, destaca a médica, estão a miopia, uma dificuldade em enxergar objetos de longe, como a lousa, por exemplo, a hipermetropia, que é a dificuldade em ver de perto, o estrabismo, o astigmatismo e a conjuntivite alérgica. “O mais importante é que há tratamento para todos estes problemas, desde que eles sejam diagnosticados e, para isso, buscar um oftalmologista é fundamental”.

Os sintomas de que algo não está certo, pontua a médica, são facilmente percebidos. Podem ser desde uma dor de cabeça persistente, dificuldade em enxergar a lousa, desatenção, e até mesmo dificuldade de relacionamento com os colegas. “É importante que haja uma aproximação entre pais e professores para ficar atentos aos sinais que as crianças dão e que interferem muito no rendimento escolar, com dificuldade de aprendizado e consequentemente notas baixas”.

Ana Paula salienta que, independente de apresentar ou não os sintomas, as crianças precisam passar por avaliação periódica junto a um oftalmologista. “O ideal é que aquelas crianças que não apresentam sintomas passem por consulta uma vez por ano. Já as que possuem algum tipo de problema podem precisar de mais idas ao médico, algo que o especialista verificará caso a caso”.

Em uma pesquisa divulgada neste mês, realizada pela Agência Internacional de Prevenção à Cegueira (IAPB, em inglês), em colaboração com a Seva Foundation mostra que uma criança com problemas de visão aprende metade do conteúdo em relação a crianças com visão boa ou corrigida. “Ou seja, a ausência do diagnóstico precoce e do tratamento adequado pode gerar problemas que perdurarão por toda a vida e dificilmente serão revertidos”, finaliza Ana Paula.

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