O secretário de Estado de Fazenda, Rogério Gallo, afirmou que o projeto de lei que concede reajuste salarial de 6,8% aos servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), somado à redução da arrecadação prevista com a reforma tributária federal, pode gerar impactos graves nas contas do Estado.
“O que vamos fazer? Vender picolé na rua?”, afirmou, comparando o cenário a restrições orçamentárias, como o shutdown nos Estados Unidos, quando o governo suspende parcialmente suas atividades por falta de orçamento aprovado. O alerta foi dado em conversa com jornalistas, na manhã desta segunda-feira, 3 de novembro, durante o 8º Congresso Internacional de Direito Tributário e Financeiro, no auditório da Escola Superior de Contas.
- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
Gallo afirmou que os efeitos dessas decisões não se limitam ao orçamento deste ano. “Nós precisamos nos preparar, porque os efeitos de decisões dessas, elas não vão impactar amanhã e nem depois. Elas vão impactar lá quando a gente estiver sem dinheiro pelo impacto da reforma tributária. E aí, o que que nós vamos fazer? Vender picolé na rua?” questionou.
Segundo o secretário, o aumento salarial afeta diretamente a sustentabilidade do orçamento estadual, já que o impacto atuarial inclui os recursos necessários para o pagamento de aposentadorias e pensões futuras. Ele ressaltou que, mesmo com cálculos apresentados pelo TJ, ainda existem dúvidas sobre os números.
“Há dúvida sobre esses números, e nós precisamos avaliar. Segundo o que existem análises, esses números podem impactar e repercutir sobre os demais poderes [...] acaba gerando um precedente”, explicou.
Rogério destacou que Mato Grosso é um dos Estados mais afetados pela reforma, já que hoje cerca de 40% da arrecadação vem da produção — setor que será menos tributado.
Ele também comentou sobre o diálogo constante com a Assembleia Legislativa para aprovação do orçamento, incluindo reuniões com os deputados Carlos Avalone (PSDB), Max Russi (PSB) e o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), Eduardo Botelho (União).
O projeto de lei que concede o reajuste de 6,8% ao TJ-MT beneficia cerca de 3,5 mil servidores e representa um impacto estimado de R$ 42 milhões ainda neste ano. A proposta foi aprovada em primeira votação em 22 de outubro e deve voltar à pauta para segunda votação na próxima quarta-feira, 5 de novembro.
Veja vídeo:
















