O prefeito Abilio Brunini (PL) afirmou que o Município de Cuiabá não recebeu nenhum sinal do Governo do Estado ou da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) sobre a possibilidade de assumir a gestão da Santa Casa de Misericórdia. Segundo ele, a atual administração municipal já trabalha com a hipótese de que a unidade seguirá sob responsabilidade do Estado. Apesar disso, a Prefeitura continua disponível para assumir a gestão, caso o hospital seja repassado à esfera municipal. A declaração foi dada na segunda-feira, 23 de junho.
“Não é que anula a possibilidade da gente assumir a gestão da Santa Casa. É que cada dia a mais eu percebo que não há sinais de interesse do Governo do Estado ou de qualquer outra entidade de transferir a Santa Casa para o Município [...] e a nossa disponibilidade, sabendo de todas as dificuldades e todos os problemas que tem lá, a nossa visão é que se ninguém quiser tocar, a gente está aqui para tocar”, afirmou.
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O prefeito disse que, por enquanto, percebe movimentações do Executivo Estadual para manter a gestão do hospital, possivelmente com mudanças em sua finalidade.
“Eles talvez queiram tocar por lá mesmo. A gente percebeu agora há pouco que o Governo do Estado vai auxiliar no processo de gestão lá do Hospital Geral, numa parceria com o Hospital Geral, [...] talvez o Governo do Estado não vá fechar lá, talvez o Governo do Estado vai continuar funcionando, talvez mudando a sua finalidade, mas continuar administrando o Hospital Santa Casa.”
O prefeito também pontuou que, como não houve nenhuma tentativa de negociação por parte do Governo ou da Assembleia Legislativa, a gestão municipal deve seguir com seus próprios projetos na área da saúde.
“Como a gente não teve procura do Governo do Estado, e nem procura da Assembleia Legislativa para buscar qualquer tipo de negociação, a gente já está convivendo com a hipótese de que não virá para o município de Cuiabá. E aí, vamos tocar nossa vida, vamos fazer na nossa parte.”
Apesar disso, Abilio reafirmou que sua única preocupação é garantir que a unidade continue funcionando, independentemente de quem estiver à frente da administração.
Entenda
Os serviços atualmente prestados pela Santa Casa serão transferidos para o Hospital Central, assim que a nova unidade for inaugurada. Foi o que garantiu o governador Mauro Mendes (União) no início deste mês, ao justificar que, com o alto custo do hospital histórico, o mais viável é realocar os atendimentos.
Entretanto, deputado Dr. João (MDB) destacou o consenso entre os parlamentares de que o Hospital Estadual Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá não pode ser fechado. A decisão foi tomada após uma audiência pública realizada no dia 19 de maio na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
Além disso, o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), também articula que a Santa Casa passe a ser administrada pela gestão municipal, garantindo que a unidade permaneça de portas abertas.
Em declarações recentes, o presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), conselheiro Sérgio Ricardo, afirmou que na prática, a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá já pertence ao Governo do Estado.
Ele apresentou dados e argumentos que, segundo ele, comprovam que o Executivo estadual tem arcado com as dívidas da instituição desde 2019.
Segundo Sérgio Ricardo, mensalmente o governo estadual repassa R$ 450 mil para o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), valor que é utilizado para quitar dívidas trabalhistas acumuladas pela antiga gestão da Santa Casa. Para o conselheiro, esse repasse contínuo caracteriza uma “compra parcelada” da instituição. O conselheiro defende que o Estado amplie o valor mensal pago, com o objetivo de acelerar a quitação das dívidas e oficializar a posse da unidade hospitalar.
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