Remando contra a maré do próprio partido, o deputado estadual Gilberto Cattani (PL) não pretende apoiar o governador Mauro Mendes (União Brasil) na disputa pelo Senado no ano que vem. Na última semana, o parlamentar deixou claro a jornalistas que, para o cargo, deverá apoiar o atual deputado federal José Medeiros (PL) e o ex-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Antônio Galvan (DC).
“Eu sou muito fã do Galvan, quero muito que o Galvan seja candidato ao Senado, torço pelo Galvan e pelo Medeiros para que sejam candidatos ao Senado para que a gente possa votar neles [...] Se o Bolsonaro sugerir [Mauro como candidato], eu posso muito bem falar com ele ‘olha, presidente, infelizmente eu gostaria muito que fosse o Galvan, o senhor me permite votar no Galvan?’ Tenho certeza de que vai dizer que sim e eu vou votar no Galvan”, afirmou.
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Ex-socialista, o governador Mauro Mendes se aproximou do clã bolsonarista e tem o apoio de grande parte dos filiados do PL. Além de ter apoiado o liberal Jair Bolsonaro em sua gestão e em sua tentativa de reeleição à Presidência, o governador constantemente critica o Governo Federal, hoje nas mãos do presidente Lula (PT).
Além disso, Mauro é crítico às penas aplicadas aos condenados do 8 de Janeiro, denunciados por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, entre outros crimes.
O deputado ainda avaliou que as recentes manifestações de apoio de seus colegas de partido ao atual vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), que deve disputar o comando estadual no próximo ano, se deve ao fato de ele estar no cargo.
“O maior peso político é de quem tem a caneta nas mãos, isso é um fato! A máquina sempre fez com que as pessoas se mantivessem no poder”, avaliou.
As articulações bolsonaristas em torno do nome de Pivetta são um balde d’água nas pretensões do senador Wellington Fagundes (PL), que já se lançou pré-candidato ao Governo do Estado, mas que tem visto seus próprios correligionários acenando para Pivetta, ainda que ninguém cite descaradamente que o apoio já está fechado.
Sobre o mesmo assunto, Cattani afirmou não saber se Pivetta pretende se filiar ao PL para disputar o Governo pelo partido de Bolsonaro, pontuando que não possui cargos no partido em nível estadual para responder pela sigla ou saber de suas articulações.
Otaviano Pivetta é visto como a continuidade da gestão Mauro Mendes, que realinhou a situação econômica de Mato Grosso. Quando a dupla assumiu seu primeiro mandato, em janeiro de 2019, herdou de Pedro Taques um Estado com repasses, folha e contratos atrasados, além de estar impossibilitado de realizar investimentos.
