Após questionamentos e críticas da deputada federal Coronel Fernanda (PL), o deputado estadual Valdir Barranco (PT) revelou que a coronel não quer aceitar que foi o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quem pediu, em 2022, a reintegração de posse dos lotes do assentamento Tapurah/Itanhangá. Em conversa com jornalistas, Barranco afirmou que a deputada federal é despreparada e não sabe nada sobre o assunto.
Nos últimos dias, a Justiça Federal determinou a retomada de seis lotes que eram ocupados por fazendeiros. A área em disputa tem 115 mil hectares e está ocupada por fazendeiros há várias décadas. Os fazendeiros alegam que foram 'convidados' pelos governos Estadual e Federal para ocupar a região há cerca de 30 anos, mas nunca tiveram sua posse regularizada. Agora, o Incra conseguiu uma liminar para retomar a área e a dividiu em mil lotes, a serem distribuídos por meio de sorteio para famílias inscritas no programa de reforma agrária.
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“Quem apresentou esses pedidos para reintegração foi o governo de Jair Bolsonaro, pode olhar os processos que são de 2022. E o cumprimento começou agora, com 6 destes lotes. Então, ela não admite que foi algo conduzido por Jair Bolsonaro, que é uma decisão judicial onde durante todos esses anos teve o direito ao contraditório, ampla defesa e as pessoas não conseguiram convencer a Justiça o Ministério Público Federal (MPF) de que elas não eram laranjas e que esses lotes ocupados são de fazendeiros”, disse.
Barranco respondeu após a Coronel Fernanda ter levantado suspeitas sobre os sorteios dos lotes pelo Incra. O petista avalia que as falas de Fernanda só demonstram falta de conhecimento sobre o assunto e tentam afrontar uma decisão judicial.
O deputado estadual explicou que o processo se arrasta na Justiça Federal desde 2010 e, após investigações, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Terra Prometida. Em 2015, a polícia prendeu 52 fazendeiros que estavam grilando os lotes do assentamento. Após as prisões, a PF fez uma nova operação com 34 novos mandados e, a partir disso, iniciou-se o processo de reintegração.
“O Incra é uma instituição séria. Agora, o que o Incra não vai fazer é descumprir decisão judicial. Se a decisão é para fazer retomada, enquanto não tiver uma decisão que volte atrás disso, eles são obrigados e quem está cumprindo não é o Incra, é a Policia Federal, através de seus agentes, os oficiais de justiça e apenas três servidores”, disse.
Para reforçar seu argumento de que os lotes teriam sido grilados por fazendeiros, Barranco afirmou que a Aprosoja jamais defenderia agricultor familiar.
“Quem faz a defesa de assentado é a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) e quem está fazendo a defesa deles [grileiros] é a Aprosoja, é só ver aí. A Aprosoja nunca vai defender agricultor familiar. Se ela está fazendo a defesa lá dentro, é exatamente porque são fazendeiros”, concluiu.