O deputado estadual Lúdio Cabral afirmou que o Partido dos Trabalhadores não precisa do apoio político do agronegócio. A declaração foi feita nesta quarta-feira (09) na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso (ALMT), em conversa com jornalistas. O petista ainda disse que o agronegócio está sendo oportunista ao tentar aliança com Lula para as eleições presidenciais.
"'O agronegócio tem representantes políticos que de forma oportunista estão buscando aproximação com a candidatura do Lula, mesmo fazendo parte da base de sustentação do governo Bolsonaro... e na minha opinião, o PT e o Lula não precisam do agronegócio", declarou o deputado.
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Segundo Lúdio, se o estado tem fila de ossos na porta de açougues é devido às políticas de preços que enriquecem os poderosos do agro em Mato Grosso. O deputado ainda argumentou que no estado, 500 mil pessoas estão passando fome enquanto Mato Grosso continua exportando toneladas de soja, em dólar, para enriquecer alguns poucos.
Questionado sobre as recentes notícias que os representantes políticos do agro estariam procurando dar apoio a Lula nas eleições presidenciais, o deputado disse que isso é uma atitude oportunista e que eles estão buscando aproximação com o ex-presidente, mesmo fazendo parte da base de apoio do atual presidente, Jair Messias Bolsonaro.
“O Haddad teve 35% dos votos no momento mais difícil do PT (nas eleições de 2018). O Lula candidato hoje, com a população reconhecendo o papel que ele pode fazer para corrigir essas distorções, dará uma votação expressiva para o Lula sem a necessidade do agronegócio” disse.
O deputado continuou criticando o agro, dizendo que o setor não tem votos e sim dinheiro e que o PT não precisa do dinheiro do agro para vencer as eleições.
Posicionamentos destoantes
No dia 20 de janeiro, Lula se reuniu com um grupo de empresários do agronegócio, que fazem parte da Confederação Nacional da Agricultura e da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Nesta ocasião, o petista conduziu o encontro com o discurso de diálogo e de retomar o crescimento do país. Lula também foi questionado sobre seu posicionamento no caso de – se eleito – houver novas invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O ex-presidente afirmou que pretende construir pontes para o diálogo sobre o assunto, que teria sido prejudicado pela polarização.