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Política Quinta-feira, 19 de Junho de 2025, 07:22 - A | A

Quinta-feira, 19 de Junho de 2025, 07h:22 - A | A

DOR E DENÚNCIA

Deputado critica morosidade judicial e ausência de políticas contra feminicídio

Raquel Cattani foi assassinada em julho de 2024; julgamento ainda não ocorreu

Maiara Max

Repórter | Estadão Mato Grosso

Fernanda Leite

Repórter | Estadão Mato Grosso

O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) cobrou mais celeridade da Justiça nos casos de feminicídio e lamentou a ausência de políticas públicas efetivas que combatam as causas desses crimes, cada vez mais frequentes em Mato Grosso. Cattani falou com a imprensa na manhã desta quarta-feira, 18 de junho, ao comentar sobre o assassinato da própria filha, Raquel Cattani, morta pelo ex-marido, que segue sem julgamento.

Prestes a completar um ano, a morte da empresária Raquel Cattani, de 26 anos, foi um dos casos de feminicídio com maior repercussão em Mato Grosso no ano de 2024. Ela foi brutalmente assassinada com 30 facadas no dia 19 de julho, em sua propriedade, situada no Portal do Marape, em Nova Mutum (242 km de Cuiabá), pelo cunhado Rodrigo Xavier, que foi pago por seu irmão Romero Xavier, ex-marido da vítima. 

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“Primeiro, um sentimento de vazio que nunca vai ser preenchido. Em segundo, também um sentimento de falta de justiçamento mesmo. Nós temos aí uma ação muito rápida para desvendar o caso, mas aí fica empacado na justiça, nunca sai, nunca é julgado. É sempre uma tortura para a família”, desabafou o parlamentar.

Cattani relembrou ainda outros casos emblemáticos que seguem sem desfecho judicial, como o crime registrado no município de Sorriso, onde uma família inteira foi assassinada. “Parece que agora marcaram para agosto, se eu não me engano. Levou dois anos para ir a julgamento, é um absurdo”, criticou.

Segundo ele, a morosidade nos processos gera revolta e sensação de impunidade: “Enquanto não for julgado, ele é inocente ainda, né?! Porque só depois de julgado que realmente vai ser condenado a um crime que todo mundo sabe que o cara cometeu. Então, é complicado”.

Questionado sobre a expectativa quanto à punição do ex-genro, acusado de matar sua filha, Cattani respondeu que espera a pena máxima permitida por lei, mas ressaltou que isso não trará conforto à família.

“Mesmo assim, não satisfaz o que aconteceu conosco. Não preenche”, declarou o deputado.

Ao abordar o cenário crescente de feminicídios no estado, o deputado afirmou que o combate precisa ir além da repressão criminal e tocar nas causas sociais. “Nós precisamos combater a causa, mas muito poucas pessoas falam sobre a causa, do que realmente leva essas coisas a acontecer”, afirmou.

Para ele, apenas o aumento de penas não é suficiente para frear crimes cometidos com tamanha brutalidade. “Veja você, uma pessoa que mata os seus filhos, mata a sua esposa, depois se mata [...] essa pessoa não teme a lei, ele não teme nada”.

Cattani defende que políticas públicas foquem na reestruturação dos valores familiares, que, segundo ele, têm sido ignorados nas discussões sociais. “No meu entendimento, precisamos fortalecer muito a questão familiar, que hoje, infelizmente, está sendo banalizada. Então, voltar e fazer algumas políticas públicas para que a família seja valorizada”, finalizou.

Veja vídeo:

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