Alvos da Operação Ilusion, deflagrada nesta terça-feira, 20 de maio, pela Polícia Civil, os empresários Elisa Severino e Márcio Nascimento teriam feito mais de mil vítimas entre estudantes de Mato Grosso e Rondônia, que sonhavam com a festa de formatura. A investigação aponta que eles fecharam contratos já sabendo que não iriam cumpri-los e exigiam pagamento à vista de suas vítimas.
À frente das empresas Imagem Eventos e Graduar Decoração e Fotografia, o casal passou meses firmando novos contratos, apesar de já estar planejando encerrar as atividades das empresas sem cumprir os acordos. Segundo as investigações da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), os suspeitos sabiam, ao menos quatro meses antes do fechamento, que não conseguiriam honrar os compromissos. Ainda assim, seguiram promovendo pacotes promocionais, com exigência de pagamento imediato.
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“O golpe foi planejado. Eles sabiam que não iriam cumprir os contratos, mas continuaram vendendo sonhos, exigindo pagamentos à vista, ocultando mídias digitais de eventos passados para tentar lucrar até o último instante antes de deixar a cidade”, relatou o delegado Rogério Ferreira, que está à frente do inquérito.
A Operação Ilusion foi deflagrada para cumprir 20 ordens judiciais, incluindo mandados de prisão preventiva contra o casal, que não foi localizado e é considerado foragido. As medidas também incluem busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens, bloqueio de contas bancárias e suspensão das atividades econômicas das empresas envolvidas.
Mais de mil formandos foram lesados, de cerca de 40 turmas de universidades públicas e privadas de Cuiabá, Várzea Grande e municípios do interior. Estudantes de Medicina estão entre os mais prejudicados, além de alunos de escolas públicas e particulares. O prejuízo estimado passa dos R$ 7 milhões.
Muitos pais e familiares pagaram os pacotes em parcela única, acreditando na seriedade da empresa, que até então atuava no mercado local há anos. A surpresa veio em 31 de janeiro, quando os próprios empresários anunciaram o fechamento das portas por meio de nota, sem aviso prévio ou plano de reembolso.
A Polícia pede que vítimas e demais interessados compareçam à Decon ou façam denúncias anônimas pelos canais oficiais. O caso é tratado como crime contra o patrimônio, contra as relações de consumo e associação criminosa, com penas que podem chegar a 13 anos de prisão.