Uma nuvem carregada de incertezas e esperanças parece pairar sobre os empresários brasileiros. Em um cenário de vacinação avançada contra a covid e seus resultados na redução de mortes provocadas pelo coronavírus, muitos veem a retomada econômica se concretizando cada vez mais, porém, em meio a tudo isso também há muitas preocupações.
Os aumentos da energia elétrica e dos combustíveis, por exemplo, podem majorar os custos das empresas. A taxa Selic, outro fator muito importante, sofreu um dos maiores aumentos em um período tão curto de tempo, saindo de 2% no início do ano para 9,25%, para tentar conter o monstro da inflação de quase dois dígitos que açoita, principalmente, os mais pobres.
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Alguns países também já começam a adotar medidas mais duras para tentar conter a variante da covid, a ômicron, e isso pode provocar uma nova quebra na cadeia de fornecimento de matérias-primas. Já no cenário nacional, além da variante da covid, ainda tem a nova cepa do vírus da gripe, a H3N2, que já está lotando os hospitais públicos e privados.
Além destes fatores, há o comportamento displicente e preocupante de uma parte da população. Negam a vacina, fazem aglomerações, recusam as máscaras e ignoram o fato de que, mesmo com a vacina, os cuidados precisam ser mantidos. Até porque essas medidas servem para evitar a contaminação pela gripe.
Essa variante da gripe já está causando, inclusive, mortes em todo o Brasil, preocupando as autoridades sanitárias. Apenas para exemplificar aqui a gravidade da doença, somente no Rio de Janeiro, onde essa cepa surgiu, já foram registradas 56 mortes. Diante disso, não é caro relembrar: a prevenção é sempre o melhor remédio.
Todas essas preocupações são refletidas no Índice de Confiança do Comércio, medido da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que fechou o ano em queda acumulada de 6,4 pontos, sendo que em dezembro a redução foi de 2,7 pontos. Em uma escala de 0 a 200, esse índice de confiança está em 85,3, apontando que os empresários estão mais pessimistas.
Além disso, a população viu sua renda ser consumida em cerca de 30% pela inflação. A situação só não é pior porque mesmo com essa redução na renda, a população que estava praticamente impedida de consumir, voltou com “força total” nesse último semestre, contribuindo para reduzir estoques de matérias-primas e o aumento de preços.
E para fazer jus ao ditado de que “o Brasil não é para amadores”, há ainda o fator político, que deixa as coisas ainda mais confusas. Por aqui temos um presidente que, na avaliação de economistas, cometeu todos os erros políticos possíveis, estimulando a população a não se proteger contra a covid e os incitando contra adversários, incluindo os membros do STF.