Sou cuiabano e, como muitos de nós, cresci ouvindo histórias sobre o nosso amado Rio Cuiabá e sobre a importância dele para a vida na cidade e para o sustento de tantas famílias ribeirinhas. Para nós, que nascemos e crescemos às suas margens, o rio não é apenas uma fonte de água, mas uma parte fundamental da nossa identidade.
O Rio Cuiabá é muito mais do que uma linha d'água cortando a paisagem. Ele é um elo entre as comunidades ribeirinhas, um símbolo de sobrevivência e de resistência. Para aqueles que moram nas margens do rio, ele é a fonte de alimentação, o meio de transporte, o local de lazer e de trabalho. O sustento vem da pesca, da agricultura irrigada pelas suas águas e até mesmo da pesca artesanal, que não apenas alimenta, mas mantém viva a cultura local.
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Quando olho para o Cuiabá, vejo a vida que ele carrega em cada curva do seu curso. Ele não é apenas um rio, ele é um amigo. E é difícil imaginar a nossa cidade, Cuiabá, sem ele. Ele dá vida ao Pantanal, um bioma único, que não é só nossa herança natural, mas também nosso tesouro econômico, com a biodiversidade que atrai turistas de todo o mundo. O Cuiabá é, sem dúvida, a espinha dorsal dessa região que tanto tem a oferecer ao Brasil e ao planeta.
Hoje, no entanto, sinto uma crescente preocupação com o futuro do Rio Cuiabá. A proposta de construção de hidrelétricas em suas águas me faz questionar o que acontecerá com ele, com a nossa cidade e com as pessoas que, como eu, têm uma conexão profunda com esse corpo d'água.
A ideia de represar suas águas soa como uma promessa de progresso, uma solução para gerar mais energia, mas é preciso lembrar dos impactos que isso pode ter. Alterar o curso do Rio Cuiabá é mexer com o coração de nossa cidade, com os ecossistemas que o cercam e, principalmente, com a vida de quem depende dele.
Por esse motivo, estive em Brasília nesta semana, acompanhado do amigo parlamentar, deputado Wilson Santos e do senador Jayme Campos, para somarmos forças em prol da proteção do Rio Cuiabá.
Não podemos deixar que tantas vidas sejam arruinadas pelas consequências das hidrelétricas. Muitos de nós, que crescemos vendo o rio fluir livremente, podemos perder não apenas o nosso modo de vida, mas uma parte da nossa história.
Vamos trazer especialistas e representantes da Agência Nacional de Águas e Saneamento para debater o tema aqui no nosso estado. Não podemos deixar que a natureza e as famílias ribeirinhas que viveram ao longo do Cuiabá por gerações, vendo seus filhos e netos nascerem e crescerem às suas margens, sejam prejudicadas.
*Lídio Barbosa, mais conhecido como Juca do Guaraná, é natural de Cuiabá, tem 44 anos e é formado em direito. Ele foi eleito para a 20ª Legislatura da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Casado e pai de dois filhos, Juca é empresário e foi vereador de Cuiabá por três mandatos.
