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Opinião Sábado, 25 de Setembro de 2021, 06:00 - A | A

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EDITORIAL - 25/09/2021

Otimismo internacional

Da Editoria

Editoria | Estadão Mato Grosso

A economia brasileira deve ver dias melhores até o final do próximo ano. É o que aponta o relatório anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o Brasil, divulgado na última quarta-feira (22). A entidade ressalta que a renovação de lockdowns durante a segunda onda da pandemia e o avanço da campanha de vacinação ajudaram a reduzir os índices de contágio desde abril deste ano, o que permitiu a reativação rápida da economia. Com isso, a entidade projeta que o Brasil encerre o ano de 2021 com um crescimento de 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no país.

A análise do FMI aponta ainda que há um grande estoque de dinheiro economizado pelas famílias brasileiras, especialmente o grupo de classe média, o que deve fomentar o consumo ao longo dos próximos meses, principalmente para o setor de serviços presenciais, o mais atingido pela pandemia de covid-19.

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Apesar de ver um cenário otimista para a recuperação econômica no Brasil, o FMI destaca que ainda há uma série de desafios a serem superados pelo governo para sustentar o crescimento. A entidade aponta que a desvalorização da moeda e o ‘boom’ das commodities estão gerando fortes pressões sobre a inflação e as projeções inflacionárias, mesmo com a relação de demanda e consumo ainda negativa.

A entidade alerta ainda que a recuperação do mercado de trabalho está lenta, com alto índice de desemprego entre jovens, mulheres e afrodescendentes, o que pode comprometer a capacidade e a velocidade da retomada da economia.

De um modo geral, o FMI fez uma leitura positiva sobre a situação econômica brasileira, o que pode ajudar a melhorar a imagem do país com os investidores internacionais. O comprometimento com a agenda reformista, principalmente a reestruturação do Imposto de Renda, são vistos com bons olhos pelos diretores da entidade. No entanto, eles alertam para o risco fiscal, em médio prazo, do alto índice de endividamento público e recomendam ações enérgicas para melhorar a empregabilidade, a produtividade e os padrões de vida, itens considerados essenciais para estimular o investimento privado.

A despeito da avaliação do FMI, os esforços econômicos do governo nos últimos meses mostram um objetivo mais eleitoreiro do que fiscal. Há uma grande pressa para colocar em ação o Auxílio Brasil, a versão ‘turbinada’ do Bolsa Família, outrora criticado pelo presidente Jair Bolsonaro. É para isso que os interesses estão convergindo, mesmo a reforma do Imposto de Renda, que busca garantir uma fonte de recursos para o aumento no programa social.

Em busca de mais espaço no Orçamento de 2022, o governo já descartou o corte nas emendas parlamentares, que poderiam comprometer o relacionamento com o Centrão e respingar na campanha eleitoral. Para isso, o governo tem trabalhado em um grande leque de gambiarras, desde o calote dos precatórios até cortes em despesas que deveriam ser essenciais, mas sucumbem à necessidade de apoio político.

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