Você diria que é 'estória' se não tivesse vivido tudo o que viveu em 2020. Digo isso porque eu também duvidaria se, há um ano, alguém me dissesse: “em breve você embarcará no ano mais intenso da sua vida, o ano que testará a sua fé, a sua coragem, resiliência, paciência, sabedoria e também a sua habilidade para respirar com menos ar, embora ele esteja totalmente disponível! Sim, você estará vivo (a), não estará se afogando em um rio profundo de águas turbulentas e escuras, mas muitas vezes a sensação será exatamente essa”.
Ainda que você esteja abrigado em seu lar, seja ele térreo ou décimo quinto andar, impedido de caminhar pelas ruas, proibido de entrar em shoppings, pois eles estarão lacrados, o silêncio reinará por dias, semanas e até meses. Com menos barulho de carros e ônibus nas ruas, as sirenes das ambulâncias ganharão destaque, não apenas pelo barulho estridente, mas pela tristeza da imaginação melancólica, mórbida e triste que inevitavelmente leva os corações mais sensíveis à pergunta:
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- 'Quem será desta vez? Será que terá vaga na UTI? E ainda assim se tiver, sobreviverá?'
Sim, esta é a pergunta de muitos diante de um vírus que parece ser uma roleta russa, na qual alguns sentam e deitam ao lado de outros que, em seguida, se descobrem infectados. E logo vem o receio e a pergunta: “Será que também me infectei?”. E estranhamente, uns se infectam e outros não, alguns sobrevivem e outros se vão, sem adeus, sem despedida e com velórios restritos. Almas solitárias enterradas!
Mas voltando ao ano que já está terminando, penso - e acredito que não estou sozinha - que agora a tarefa é acreditar sim em dias melhores. Apesar dos pesares e de um presidente às avessas, precisamos mais que nunca confiar que tudo passa e que o fim deste mandato chegará ao fim, pois é absurdo em cima de absurdo que precisa ter um basta! Logo, precisamos mais do que nunca de sanidade mental e equilíbrio emocional para exigirmos respeito enquanto cidadãos, pois a pandemia não está chegando ao fim, Senhor Presidente. Ela continua e a nossa esperança é que a população tenha mais consciência que o senhor, para que o dever de casa não cesse.
E além máscaras e mãos lavadas, até que as vacinas cheguem à cada um de nós, seja pelas mãos do Excelentíssimo ou do Papai Noel, precisamos ter equilíbrio! Eu disse Papai Noel? Sim, estamos tão perdidos que já voltei a acreditar em Papai Noel. Mesmo que por um instante, é necessário um pouco de fantasia para não perder a fé e continuar acreditando em dias melhores!
*Sani Neves é psicóloga. CRP 18/01332. Terapia EMDR. Constelação Sistêmica Familiar. Email: [email protected] WhatsApp: 65 99982 1308.