O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra, indeferiu o pedido de 110 dias para a apresentação das alegações finais, das denunciadas Irene Pinto Rabelo Holanda e Alessandra Rabelo Usko dos Santos, acusadas de ajudarem o líder do Comando Vermelho, Sandro Silva Rabelo, o "Sandro Louco", a lavar dinheiro. Porém, o juiz reconheceu que o caso é complexo, possui milhares de páginas e múltiplos acusados, justificando uma extensão de prazo para a defesa. Em decisão publicada nesta segunda-feira, 02 de dezembro, o magistrado concedeu 15 dias a mais para a apresentação dos memoriais.
“Assim, por considerar desnecessária e desproporcional a concessão de 110 (cento e dez) dias para a juntada de uma única peça, indefiro o pedido nessa extensão, mesmo porque, enquanto cada causídico tem de apresentar memoriais com relação a um único réu, o Ministério Público teve de fazê-lo para vinte e seis”, decidiu o magistrado.
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De acordo com o processo, Irene é tia e Alessandra é prima de Sandro. Elas foram alvos da Operação Ativo Oculto, deflagrada em março do ano passado.
Alessandra é acusada de emprestar seu nome para que a facção pudesse lavar dinheiro, além de ser advogada do grupo e demais membros. Já Irene teve bloqueio de bens como: veículo VW Nivus avaliado em R$ 124.548,00, um terreno localizado no Jardim Mossoró, no valor de R$ 65.000,00, um terreno localizado no Residencial Paulicéia, no valor de R$ 45.000,00 e um terreno no bairro Pedra 90, no valor de R$ 70.000,00, todos os terrenos pagos em espécie.
Entenda a operação
As investigações da Operação Ativo Oculto apontam que os integrantes da facção Comando Vermelho cooptavam os familiares para ocultar o dinheiro da facção. A operação, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), determinou a prisão de diversas pessoas ligadas a facção.
Ao todo foram cumpridos 271 mandados. Dos 34 mandados de prisão, pelo menos cinco foram cumpridos no sistema prisional de Mato Grosso. Os alvos foram as principais lideranças da facção criminosa Comando Vermelho, conhecidas pelos apelidos de Sandro Louco, Sapateiro e Carcaça.
Foram mobilizados mais de 600 policiais civis e militares.
