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Geral Terça-feira, 10 de Junho de 2025, 19:04 - A | A

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SAÚDE MENTAL

Michelly alerta para aumento de casos de envenenamento e cobra regulação de substâncias

Assessoria de Imprensa

Durante a sessão ordinária desta terça-feira (10), a vereadora Michelly Alencar (União Brasil) utilizou a tribuna da Câmara Municipal de Cuiabá para fazer um alerta sobre o aumento expressivo de casos de envenenamento no Brasil, envolvendo não apenas crianças, mas também adolescentes e adultos.

A parlamentar ressaltou a gravidade do cenário, especialmente após o encerramento da campanha Maio Laranja, voltada ao combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.

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“Falamos muito sobre os abusos que essas crianças sofrem, geralmente cometidos por pessoas conhecidas, e muitas vezes essas vítimas são atraídas por promessas, doces, chocolates ou presentes. Agora, nos deparamos com um cenário ainda mais preocupante: crianças, adolescentes e até adultos sendo envenenados deliberadamente”, afirmou Michelly.

A vereadora citou casos recentes que chocaram o país, como o de um empresário envenenado pela parceira e o de uma adolescente de 16 anos que morreu após ingerir substância tóxica oferecida por uma colega de 17 anos — a mesma que já havia tentado envenenar outra amiga anteriormente. Michelly também criticou a venda indiscriminada de substâncias perigosas pela internet.

“Pesquisando os índices de envenenamento no Brasil, me deparei com números altíssimos. É preciso discutir a venda indiscriminada de substâncias perigosas, como o arsênio. Essa substância pode ser comprada facilmente pela internet, sem qualquer controle, sem exigência de cadastro, de finalidade ou de autorização”, alertou.

Outro ponto de preocupação, segundo a vereadora, é a ausência de identificação nas entregas destinadas a crianças e adolescentes.

“Precisamos regulamentar que toda entrega tenha identificação clara do remetente. Não é aceitável que um adolescente ou criança receba um produto sem saber de quem veio. Isso coloca vidas em risco”, frisou.

Michelly também defendeu investimentos urgentes em saúde mental, com foco no público jovem.

“Este é o segundo caso apenas neste ano em que um adolescente tira a vida de outro por ciúmes. Onde está a estrutura de atendimento psicológico e psiquiátrico para nossos adolescentes? Muitos estão em sofrimento, em filas enormes por atendimento. Isso precisa mudar”, cobrou.

Por fim, a vereadora pediu que pais e responsáveis redobrem os cuidados e orientem os filhos sobre os perigos de aceitar alimentos ou presentes de pessoas desconhecidas.

“Precisamos proteger nossas crianças e adolescentes. A Câmara deve discutir urgentemente a regulação da venda de substâncias tóxicas e a criação de políticas públicas de saúde mental mais efetivas”, concluiu.

Dados preocupantes

Entre janeiro de 2012 e dezembro de 2023, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/DATASUS) registrou 1.660.427 casos de intoxicação exógena no Brasil. Somente em 2023, foram 216.647 notificações  o maior número da série histórica.

A maioria dos casos atingiu mulheres (58%), com 964.153 registros, enquanto os homens somaram 696.274 ocorrências (42%).

A faixa etária mais afetada foi a de 20 a 39 anos (710.114 casos), seguida por pessoas entre 40 e 59 anos (315.680) e adolescentes de 15 a 19 anos (238.746).

Ao todo, 14.328 pessoas morreram por intoxicação nesse período. O número de óbitos e de casos com sequelas reforça, segundo a vereadora, a urgência de ações de prevenção, controle na comercialização de substâncias tóxicas e fortalecimento das políticas públicas de saúde mental.

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