O carateca Thiago Lima foi responsável por levar a bandeira do estado de Mato Grosso ao topo do pódio no Campeonato Mundial de Karatê em três categorias diferentes. O feito histórico ocorreu no último final de semana, em evento realizado na cidade de Natal no Rio Grande do Norte.
De quebra, Thiago se tornou o primeiro brasileiro a se sagrar campeão no kata individual. Além disso, conquistou o bicampeonato mundial na categoria kumite equipe ainda trouxe a medalha de ouro no kata equipe. As artes marciais japonesas se dividem em dois ‘modos’ que se complementam, kata e kumite. Kata é a forma, sequências pré-determinadas de movimentos que refinam a técnica do praticante. Kumitê é a luta propriamente dita.
Em entrevista ao Jornal Estadão Mato Grosso, o atleta contou que, por já ter sido campeão mundial, a experiência fez a diferença na competição. Porém, a experiência de nada valeria sem ser combinada a uma rotina de dedicação extrema ao treinamento.
“Todo atleta sempre pensa em ser campeão. Trabalhei duro para isso, abdicando de muitas coisas e, por fim, deu certo. Eu já tenho um tempo muito grande de competição e já era campeão mundial. Não sei se seria um favoritismo, acredito que era experiência”, afirmou.
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Além de atleta profissional, Thiago também dá aula de karatê e diz estar totalmente realizado com suas conquistas no esporte, tanto como competidor quando como sensei (mestre).
“Ser o melhor do mundo na sua modalidade esportiva é o ápice de qualquer atleta. Estou me sentindo muito realizado, tanto na parte de competição quanto na profissional, por que eu amo treinar e dar aula karatê e são 33 anos de prática e muita dedicação”, disse.
Thiago começou sua carreira no karatê muito cedo, logo aos 5 anos. Sua técnica se revelou rapidamente e um ano depois já conseguiu o feito de se tornar vice-campeão estadual. Ainda em sua infância, aos 10 anos, Thiago passou por dificuldades ao ver a academia em que treinava se fechar. Porém, não desanimou e logo conheceu o sensei José Humberto, que o levou para sua academia ao ver seu potencial.
Aos 15 anos, Thiago se tornou faixa preta. O seu destaque foi tanto que, aos 17, o atleta começou a despertar os olhares da seleção brasileira e logo recebeu sua primeira convocação para representar o país em uma competição internacional. Porém, não pôde viajar ao Campeonato Mundial na Suíça por falta de condições financeiras.
Nem por isso ele se deu por derrotado. Aos poucos, Thiago foi se estruturando e conseguiu viajar para o Panamericano realizado no Peru em 2007, onde foi campeão. Três anos depois, conquistou seu primeiro Campeonato Mundial, consolidando uma trajetória campeã, que hoje inspira muitos de seus aprendizes.
Porém, o carateca que marcou sua história no Brasil e no mundo pretende encerrar sua carreira após os três títulos mundiais deste ano. Thiago agora pretende atuar como técnico e passar sua experiência a seus comandados, para que eles também possam trilhar uma caminhada vencedora no esporte.
*Estagiário sob supervisão do editor Gabriel Soares
