Os Estados Unidos devem iniciar nesta segunda-feira (14) a vacinação contra Covid-19 com o imunizante desenvolvido pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech.
A vacina recebeu no domingo (13) a aprovação do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos EUA, para o começo da campanha. Profissionais de saúde na linha de frente devem ser os primeiros a receberem suas doses.
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“Mal posso esperar para receber a minha”, disse Angela Mattingly, de 57 anos, uma arrumadeira do Hospital da Universidade de Iowa, ao "The New York Times". Ela está entre os funcionários previstos para serem vacinados já na manhã desta segunda.
No sábado (12), o general do Exército dos Estados Unidos Gustave Perna disse em uma coletiva de imprensa que as primeiras doses da vacina seriam entregues em 145 localidades ao redor do país nesta segunda-feira.
As demais 636 localidades de entrega pelos estados e territórios dos Estados Unidos receberão as doses na terça (15) e na quarta (16).
Uso emergencial
O diretor do CDC, Robert R. Redfield, comemorou no domingo a aprovação do imunizante em momento crítico, de nova alta de casos do novo coronavírus nos EUA. Neste sábado, o país registrou 3.309 mortes por Covid-19 nas 24 horas anteriores.
"Tive o orgulho de assinar a recomendação do Comitê Consultivo em Práticas de Imunização para usar a vacina Covid-19 da Pfizer em pessoas com 16 anos ou mais. Esta recomendação oficial do CDC segue a decisão da FDA de sexta-feira de autorizar o uso emergencial da vacina", diz Redfield.
E prosseguiu: "Como os casos de Covid-19 continuam a aumentar em todos os EUA, a recomendação do CDC chega em um momento crítico. A vacinação inicial está programada para começar na segunda-feira, e esta é a próxima etapa em nossos esforços para proteger os americanos, reduzir o impacto da pandemia e ajudar a restaurar a normalidade em nossas vidas e em nosso país."
Na avaliação do órgão, publicada no domingo, a vacina da Pfizer tem alta eficácia em todas as faixas de idade, sexo, raça, etnia e entre pessoas com "condições médicas subjacentes", assim como entre participantes com evidência de infecção anterior pelo Sars-CoV-2 (o novo coronavírus).
Na semana passada, a farmacêutica publicou um estudo com os resultados preliminares dos testes de fase 3 da vacina. Segundo a pesquisa, o imunizante teve 95% de eficácia. Isso significa, na prática, que 95% das pessoas vacinadas ficam protegidas contra a Covid-19.
40 milhões de doses até final de dezembro
O chefe da Operação Warp Speed, iniciativa liderada pelos EUA para acelerar o desenvolvimento de vacinas, Moncef Slaoui, afirmou que os Estados Unidos pretendem ter cerca de 40 milhões de doses de vacina distribuídas até o final de dezembro. Esse número incluiria a vacina recém-autorizada da Pfizer e outra, da Moderna. A expectativa é que esse segundo imunizante consiga autorização para uso de emergência ainda nesta semana.
Outras 50 a 80 milhões de doses serão distribuídos em janeiro, e o mesmo número em fevereiro, disse Slaoui. Ambas as vacinas – da Pfizer e da Moderna – requerem duas doses por pessoa.
Os caminhões carregando as primeiras doses da vacina da Pfizer e BioNTech começaram a deixar a fábrica em Michigan, nos Estados Unidos, no domingo (13).
Os funcionários da Pfizer chegaram a aplaudir quando os primeiros lotes da vacina deixaram a fábrica. Além da equipe da farmacêutica, representantes do CDC acompanharam a preparação dos pacotes.
Um desafio no armazenamento e transporte do imunizante desenvolvido pela farmacêutica é que ele precisa ser mantido a -70ºC. Por isso, as primeiras doses foram guardadas em caixas com gelo seco, que devem conseguir manter a vacina nessa temperatura por até 15 dias.
Outros países
O Reino Unido o Bahrein, o Canadá, a Arábia Saudita e o México aprovaram o uso da vacina da Pfizer na semana passada. No Reino Unido, a campanha de vacinação já começou.
Na semana passada, o Ministério da Saúde disse que o Brasil poderia ter vacinação contra a Covid-19 ainda neste mês ou em janeiro se a Pfizer conseguisse aprovação emergencial da sua vacina na Anvisa. O governo também disse que assinaria uma intenção de compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer.
Os anúncios foram feitos depois de o governo dizer, na semana anterior, que o Brasil não tinha infraestrutura para armazenar vacinas que exigissem temperaturas muito baixas de armazenamento – como a da Pfizer.