Depois do prolongamento da estiagem no Centro-Oeste, que atrasou o plantio da soja safra 2020/21, os sojicultores mato-grossenses seguem com dificuldades no campo. A expectativa dos agricultores quanto a redução da produtividade desta temporada foi confirmada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Além disso, a falta de umidade no solo gerou mais custos: cerca de 2,51% das áreas de Mato Grosso, cerca de 260 mil hectares, terão que ser replantadas.
O fator climático, sendo o mais importante para os trabalhadores do campo, não está favorável em 2020. Os prejuízos causados já no início da semeadura desta temporada crescem a cada etapa do cultivo. Desta vez, o problema é o baixo volume de chuvas observados em novembro.
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“O momento é de apreensão por parte dos agricultores, já que os baixos e irregulares volumes de chuva até aqui prejudicaram não somente a evolução da semeadura, como também o potencial produtivo de algumas áreas do estado”, aponta o Imea, na 6º estimativa para soja 2020/21.
Nos próximos dias, espera-se o replantio de 2,51% das áreas previstas para o plantio da soja 2020/21 no estado. Fato que gerará mais custos ao agricultor.
As regiões norte e principalmente nordeste não sofreram tanto o impacto da falta de chuvas e são os locais com menor indicação de ressemeadura da cultura.
Já outras, como a região centro-sul, parte da médio-norte, sudeste, noroeste e oeste estão com maior percentual de ressemeadura. Só na região oeste, por exemplo, a estimativa de replantio é de 5,75% das áreas.
“Nestas últimas regiões, principalmente, algumas áreas serão mantidas com “stand” de plantas abaixo do ideal, ou seja, sem replantio, e possuem maiores chances de redução de produtividade”, observa o instituto.
Conforme o Imea, esse é o caso da região oeste, por ser local de produção de algodão segunda safra em Mato Grosso. Lá os agricultores semearam a soja mais cedo – um costume para ajustar a janela de cultivo do algodão –, mas a condição atual das lavouras indica que a safra pode ser menor que o previsto.
Redução de prejuízos depende do clima
Embora as previsões não sejam otimistas, a soja, por ter uma grande capacidade de compensação, caso ocorra uma regularidade das chuvas nos próximos dias, ainda é possível minimizar as perdas.
“Isso não representa, necessariamente, redução da produção nessas áreas. O problema é que os baixos e irregulares volumes de chuva das últimas semanas estão prejudicando o desenvolvimento da soja em várias regiões, resultando em perda do potencial produtivo em algumas lavouras. De maneira geral, a soja pode compensar isso caso a chuva venha a se “normalizar” nos próximos dias”, reforça o Imea.
Outra preocupação desta temporada, segundo o Imea, é quanto a maior parcela de materiais superprecoces. “Como as primeiras lavouras semeadas em Mato Grosso já estão em floração e algumas em formação de vagem, a baixa umidade do solo já afeta o potencial produtivo da planta”, explica.
Ao levar em consideração todos os fatores, a nova estimativa para a produtividade da soja no estado é de um recuou em 0,61 saca por hectare, passando a ser avaliada em 57,41 sc/ha.
A semeadura em Mato Grosso ainda não foi finalizada, faltando 0,35% de uma estimativa de 10,30 milhões de hectares de área, e, para a produção desta temporada é de 35,49 milhões de toneladas.
Como ainda não foi finalizada a semeadura no estado (ainda faltam 0,35% das áreas), a estimativa de área cultivada continua em 10,30 milhões de ha, o que resulta na produção esperada de 35,49 milhões de toneladas.
A safra 2020/21 continua sendo projetada acima da temporada 2019/20 (+0,24%), mas recua 378,82 mil toneladas em relação ao último levantamento relacionado ao ciclo atual.