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Economia Quinta-feira, 06 de Outubro de 2022, 07:00 - A | A

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APERTO À VISTA

Petróleo dispara e ameaça dar fim à sequência de quedas nos preços dos combustíveis

Corte na produção anunciado pela Opep+ pode levar o barril de petróleo a custar 110 dólares nas próximas semanas

Felipe Leonel

Repórter | Estadão Mato Grosso

O preço do barril do petróleo disparou no mercado internacional nesta quarta-feira, 5 de outubro, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) confirmar que vai reduzir a produção em 2 milhões de barris por dia. Com isso, a paridade do preço de importação, que já estava negativa para o diesel e a gasolina, pode se agravar e levar a um aumento de preços no Brasil.

O corte feito pela Opep+ é o maior desde o início da pandemia, quando o cartel deixou de produzir 1 milhão de barris por dia.

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Conforme dados da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina já estava 28 centavos mais caro no exterior nesta quarta-feira (5), enquanto o diesel estava 17 centavos mais caro. A Abicom levou em consideração o preço do barril do petróleo em US$ 92 e o dólar em R$ 5,14.

Entretanto, o preço do barril tipo Brent, referência mundial para preços, operava em alta de 2% até o meio-dia desta quarta, na casa dos US$ 93,50, enquanto o dólar saiu de R$ 5,14 para R$ 5,21. Analistas de mercado avaliam que o preço do barril de petróleo pode voltar a passar dos 110 dólares nas próximas semanas.

Esse cenário de alta pressiona os preços dos combustíveis no Brasil, que podem sofrer novos reajustes por parte da Petrobras, conforme a associação de importadores. Desde a última redução feita pela Petrobras, houve um aumento de 31 centavos no litro do diesel no mercado internacional, enquanto a gasolina acumula aumento de 57 centavos.

CORTE NA PRODUÇÃO - A Opep+ justifica que o corte é necessário diante da queda do preço do petróleo, que chegou a custar quase 130 dólares em março deste ano, mas baixou para o menor preço deste ano, chegando a 83 dólares. Além disso, o mundo deve enfrentar uma recessão econômica, o que deve reduzir o consumo de combustíveis. Portanto, a manutenção da oferta iria provocar quedas ainda maiores no preço do petróleo mais à frente.

Entretanto, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já anunciou que vai liberar reservas estratégicas de petróleo para conter o aumento de preços.

A decisão da Opep+ pode colocar fim a sequência de reduções nos preços dos combustíveis feitas pela Petrobras nesse ano. Até o momento, já houve três reduções no preço do diesel, totalizando 13,38%, e quatro reajustes na gasolina, acumulando uma queda de 20,69%.

No entanto, informações de bastidores dão conta de que o governo federal está pressionando a diretoria da Petrobras para segurar os preços, por medo do impacto que um novo aumento pode ter no segundo turno da eleição presidencial. O presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou seis milhões de votos atrás de Lula (PT) no primeiro turno.

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