O mercado de imóveis no Brasil está entre os que mais movimentou recursos em plena pandemia da covid-19. O setor, beneficiado pela menor taxa Selic da história, o volume de financiamentos imobiliário cresceu 49% no acumulado de janeiro a outubro deste ano ante o mesmo período de 2019.
Segundo a Associação de Financiamentos Imobiliários do Brasil (Abecip), nos primeiros dez meses de 2019 e de 2020, os empréstimos destinados à aquisição e construção de imóveis avançaram 48,8%, atingindo R$ 92,67 bilhões, superando o resultado de todo o ano passado.
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No comparativo entre meses, o volume registrado no mês de outubro bateu recorde. Os financiamentos com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram R$ 13,86 bilhões em outubro de 2020. O valor representa crescimento de 7,4% em relação a setembro e alta de 84% quando comparado ao mesmo mês do ano passado.
O bom desempenho do setor também é observado em Mato Grosso. No último boletim divulgado pelo Sindicado da Habitação (Secovi), do 3º trimestre de 2020, consta que de julho a setembro foram financiados mais de R$ 192,7 milhões de imóveis em Cuiabá. O montante superou em 25,34% o acordado em 2019 e é o maior da série histórica iniciada em 2015.
“Isso é um sinal de que o setor está voltando a crescer, principalmente por conta da taxa de juros mais baixa já registrada e das facilidades impostas ao mercado, como carência para pagamento. Ou seja, tanto para imóveis novos quanto usados, os números mostram crescimento e com perspectiva para que se mantenha assim por mais tempo”, afirmou Marco Pessoz, presidente do Secovi.
Ainda, de acordo com o levantamento feito pelo Secovi, de julho a setembro deste ano de R$ 776,5 milhões foram movimentados com a venda de imóveis na capital mato-grossense. O montante é 13,06% superior ao registrado no mesmo trimestre de 2019 e também é o maior na série histórica (2015).
CRESCIMENTO DO SETOR
Estima-se que o mercado imobiliário deverá crescer entre 5% e 10% neste ano, ante a 2019, de acordo com previsão feita pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).
“Vamos crescer, provavelmente, em dois dígitos em relação ao ano passado”, prevê José Carlos Martins, presidente da Cbic.
Parte desse resultado será oriunda de vendas feitas pela internet, potencializada durante o período de isolamento. “A venda digital passou a ser uma realidade no dia a dia das empresas. Quando abrimos nossos números, percebemos o ganho de share das empresas mais estruturadas em relação às que não acreditaram que poderiam vender para o seu cliente de forma digital”, explica Carlos.