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Economia Sábado, 04 de Dezembro de 2021, 07:30 - A | A

Sábado, 04 de Dezembro de 2021, 07h:30 - A | A

OTIMISMO

Confiança dos empresários segue alta, mas aumento de custos preocupa

Felipe Leonel

Repórter | Estadão Mato Grosso

Os empresários mato-grossenses estão mais confiantes com a situação econômica do país do que de outros estados, aponta o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do mês de novembro elaborado pelo Observatório da Indústria. No entanto, a dificuldade para encontrar insumos e a escalada de preços é motivo de preocupação para os industriários do estado.

Conforme o ICEI, a confiança dos empresários de indústrias extrativas e de transformação está em 59,8 pontos num índice de 0 a 100. Já a confiança dos empresários da construção está em 57,3.  Apesar dos dados mais positivos em comparação ao cenário nacional, o ICEI também aponta uma queda de 1,2 pontos na confiança.

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A conjuntura é mais positiva em relação a outros estados brasileiros, onde os empresários estão enxergando cenário menos otimista. Segundo o Índice de Confiança Empresarial (ICE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a indústria foi o segundo setor com maior queda na confiança, com recuso de 3,1 pontos em novembro. Apesar disso, o ICE ainda permanece na faixa ‘otimista’, com 102,1 pontos. A escala da pesquisa FGV vai de 0 a 200, com valores abaixo de 100 representando pessimismo e, acima disto, significa otimismo. A indústria foi o único setor da economia a ficar acima dos 100 pontos. 

A confiança dos industriários mato-grossenses ficou acima dos demais empresários brasileiros durante todo o ano. Esse cenário mais otimista é influenciado principalmente pela agroindústria e pela construção civil, explica Mauro Santos, superintendente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt).

"Mato Grosso se desloca desses indicadores nacionais por causa das nossas particularidades. Impulsionado pelo nosso agronegócio, da agroindústria, o comportamento econômico é diferente, é positivo. Para ter uma ideia, nos últimos 10 anos de PIB (Produto Interno Bruto), Mato Grosso cresceu em média 11% ao ano e o Brasil na casa de 1%", exemplificou.

Apesar de a economia mato-grossense apresentar um cenário melhor, os empresários seguem preocupados com a dificuldade de comprar insumos. De acordo com Mauro, a indústria está com dificuldades para comprar embalagens, derivados de madeira, compensados, MDF, vidro, aço, dentre outras matérias-primas. Quando os empresários conseguem comprar, é por um preço maior. 

"O que explica essa diferença em nível nacional é a pujança do nosso agro, esse resultado é impulsionado pela demanda mundial por alimentos, demanda nacional por combustíveis, principalmente combustíveis sustentáveis, como o nosso etanol e o biodiesel. Isso que faz com que Mato Grosso apresente resultados melhores, embora esteja no horizonte essa preocupação com o aumento dos custos", pontua. 

Segundo sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI), sete em cada 10 indústrias estão com dificuldades para aquisição de insumos, problema provocado principalmente pela quebra na cadeia de fornecimento durante a pandemia. O setor mais prejudicado, segundo o levantamento, é a indústria da construção. Sondagem realizada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) aponta que esse problema só deve ter um fim a partir de abril de 2022. 

A CNI aponta que a falta de insumos atinge 90% do setor de calçados; 88% das indústrias de couro, 85% dos fabricantes de móveis; 79% da indústria química; 78% do vestuário e 78% das madeireiras, além de 77% das indústrias de equipamentos de informática e produtos eletrônicos e 76% do setor de bebidas, por exemplo. 

Como o aumento de custos para aquisição de matérias-primas acontece ao mesmo tempo em que a inflação corrói o poder de compra dos consumidores, muitas empresas estão preferindo absorver o crescimento dos custos para continuarem competitivas. 

"Tem algumas indústrias crescendo até 25%, mas isso não significa que ela está tendo um lucro maior. Como o custo para aquisição das matérias-primas aumentou muito, ela está assumindo, porque ela não consegue repassar para o consumidor, que está com a renda menor", conclui. 

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