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Economia Quinta-feira, 10 de Dezembro de 2020, 07:30 - A | A

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PESOU NO BOLSO

Cesta básica a R$ 595 é a mais cara dos últimos 12 meses

Priscilla Silva

Pelo terceiro mês consecutivo, o custo com alimentação básica registrou alta em Cuiabá, conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O preço da cesta básica na capital mato-grossense subiu de R$ 575,10, em outubro, para R$ 595,00 em novembro, uma valorização de 3,5%.

O consumo de itens básicos para garantia da alimentação tem pesado no orçamento das pessoas ao logo desta pandemia. Em novembro de 2020, os cuiabanos gastaram 26,5% a mais com alimentação na comparação entre o mesmo período do ano passado, quando a cesta básica custava R$ 470,1.

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Em novembro, dentre os produtos que ficaram mais caro estão a carne, a batata e o óleo.

O aumento de custo com alimentação no país afeta, negativamente, as famílias que sobrevivem com renda de apenas um salário mínimo (R$ 1.045). Para esse grupo, o percentual comprometido com comida já consome quase 57% da renda.

A tendência de valorização dos alimentos para o mês de novembro já era prevista por economistas, principalmente aos produtos commodities.

Puxado pela carne (7,6%), a batata (28,5%) e o óleo (17,3%), o conjunto dos 13 itens que forma a cesta básica se aproxima dos R$ 600, em Cuiabá.

Fatores de mercado e sazonais contribuíram para o encarecimento desses três produtos. A carne bovina, por exemplo, registra alta devido à baixa disponibilidade de animais para abate no campo, afetada pela entressafra e abate de fêmeas nos últimos anos, além das exportações aquecidas. Esse comportamento no mercado gerou a redução de oferta da proteína e, consequentemente, a elevação dos preços.

No caso da batata, o aumento de preços está relacionado ao clima: o baixo volume de chuvas, durante o plantio e desenvolvimento do tubérculo afetou a produção, por isso está com oferta reduzida.

Já com relação ao óleo de soja, o aumento no preço é influenciado pela valorização do dólar ante o real, o que torna mais vantajosa a exportação.

Outros produtos que também registraram aumentos de outubro para novembro são: açúcar (4,4%), tomate (4,3%) e café em pó (2,8%). Dentre os produtos que registraram quedas estão: banana (-11%), feijão (-2,7%) e pão francês (-5,2%).

Inflação
Os alimentos e os combustíveis estão no topo da lista dos que mais contribuíram para a alta da inflação em novembro. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação de novembro ficou em 0,89%, acima da registrada em outubro (0,86%). Esse é o maior resultado para um mês de novembro desde 2015, quando o indicador foi de 1,01%.

“O cenário é parecido com o que temos visto nos últimos meses, em que o grupo de alimentos e bebidas continua impactando bastante o resultado. Dentro desse grupo, os componentes que mais têm pressionado são as carnes, que nesse mês tiveram uma alta de mais de 6%, a batata-inglesa, que subiu quase 30% e o tomate, com alta de 18,45%”, explica Pedro Kislanov, o gerente da pesquisa do IBGE.

Conforme os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado no último dia 8, além desses alimentos, outros produtos importantes na cesta das famílias também tiveram alta, como o arroz (6,28%) e o óleo de soja (9,24%).

Dessa forma, o grupo de alimentos e bebidas variou 2,54%. Outras variações para cima foram da cerveja (1,33%) e do refrigerante e água mineral (1,05%) consumidos fora do domicílio, que tiveram queda em outubro.

Conforme o IBGE, o acumulado em 12 meses atingiu 4,31%, faltando um mês para o fechamento do ano. Se o resultado não sofrer mudanças significativas, a inflação para o ano está dentro da meta do governo e próxima ao centro da meta, atualmente estipulada em 4%, com margem de 1,5% de tolerância, para mais ou para menos.

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