Nos últimos dias, mudanças na isenção do Imposto de Renda e o pacote de ajuste fiscal fizeram o dólar disparar, fazendo o assunto ser amplamente comentado. Mas, qual o impacto dessa alta do dólar no bolso do cidadão cuiabano e mato-grossense? A reportagem do jornal Estadão Mato Grosso conversou com a economista Thais Sampaio, para entender os efeitos desta alta para o cidadão comum.
O avanço da moeda representa impactos negativos para quem trabalha com importação, tornando os produtos mais caros. Além disso, estimula a exportação, causando problemas no mercado interno, especialmente em Mato Grosso, refletindo nos preços dos alimentos e combustíveis.
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Como o preço do petróleo está atrelado ao dólar, o aumento tende a elevar o preço dos combustíveis e embora o preço suba rapidamente com a alta do dólar, a queda não cai na mesma velocidade, fazendo com que o consumidor seja afetado diretamente.
Com relação aos alimentos, a ceia de natal pode ficar mais cara este ano, sim. Com a alta da moeda, é muito mais vantajoso para os produtores exportarem, já que o preço no mercado externo fica mais atrativo. Consequentemente, diminui a oferta de alimentos nas prateleiras dos mercados, encarecendo os produtos.
Influenciado pelo dólar, o alimento presente no lar dos brasileiros que entra nessa exportação e poderá observar a inflação nítida é o arroz. Pois ao mesmo tempo que eles são exportados, os agricultores enfrentam custos elevados, tendo em vista que muitos insumos, como fertilizantes, são importados. Isso encarece a produção e, consequentemente, os preços para o consumidor.
“A gente realmente sofre com o problema de inflação, que é o aumento generalizado de preços, por força dessa variação cambial. Afetando todos os setores”, disse Thais.
Outro setor que é afetado é o vestuário, produtos usados pela fibra do algodão e toda cadeia que envolvem insumos do setor agrícola.
E por último, as viagens e as passagens aéreas, tanto nacional, quanto internacional, sofrem com a alta do dólar. No caso das internacionais, o aumento se dá pelo valor do dólar, que na conversão acaba desvalorizando muito o real, tendo um custo bem maior. Outro fator que encarece as viagens, é o fato de o combustível para aviação ser dolarizado.
“O que o consumidor acaba fazendo, é buscar produtos nacionais e substituir por produtos mais baratos para utilizar. Ele dá uma recuada na importação, gente tem visto o BYD, veículos, maquinários, equipamentos, o próprio vestuário. Então dá uma freada”, concluiu a economista.
Resumindo, é inevitável que os preços desses produtos aumentem quando o dólar está alto. No final, o custo acaba sendo repassado para o cidadão comum.
Entenda a alta do dólar
Com o anúncio das mudanças na isenção do Imposto de Renda e o pacote de ajuste fiscal, o dólar disparou em meio à desconfiança do mercado. Desde o início de sua circulação em 1994, pela primeira vez na história, o dólar comercial fechou R$ 6,001 na semana passada, com uma alta de 0,19% após ter chegado ao pico de R$ 6,11. O turismo teve valorização de 0,31%, fazendo com que a moeda alcançasse R$ 6,242.