A cada novo mês os brasileiros veem que a seleção de alimentos aos quais ainda têm acesso está ficando mais reduzida. Assim como têm acompanhado as altas persistentes de preços nas principais categorias de consumo, como transporte e energia elétrica. Nesta terça-feira (26), o aumento anunciado pela Petrobras passou a valer nas refinarias, mas alguns postos de Cuiabá já estão praticando novos preços para o diesel e gasolina.
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Um posto localizado na Avenida Miguel Sutil já vende o litro do diesel a R$ 5,67, quase 50 centavos de aumento sobre o preço anterior, que ficava na casa de R$ 5,19. Ao longo do dia, o fenômeno se repetiu por toda Cuiabá, com postos alterando seus preços para a nova realidade.
Em outubro, as circunstâncias do empobrecimento das famílias pioraram. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), que mede a prévia da inflação de cada mês, ficou em 1,20% para outubro, sendo 0,6 pontos percentuais (p.p.) maior que a taxa de setembro (1,14%). As pesquisas são realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o crescimento exagerado dos preços, mês a mês o consumidor risca ao menos um item, ou parte dele, de sua lista de gastos. Com menos produtos acessíveis, principalmente os considerados essenciais, o Brasil se distancia do objetivo global definido na Declaração dos Direitos Humanos pela Organização das Nações Unidas (ONU), do qual o Brasil é signatário.
No documento, um dos artigos descreve que: “toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis”.
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Na prévia do IPCA-15 de outubro, itens que compõem a alimentação, habitação e serviços sociais indispensáveis – como o transporte – foram os direitos prejudicados no país. Conforme o IBGE, o maior influenciador para a inflação do mês vem do grupo Transportes. A alta no custo dos combustíveis (etanol, gasolina e diesel) e valorização dos veículos novos e usados.
“O maior impacto no grupo dos Transportes (2,06%) veio das passagens aéreas, que subiram 34,35% e contribuíram com 0,16 p.p. para o resultado do mês. O resultado do grupo foi influenciado também pela alta nos preços dos combustíveis (2,03%). A gasolina subiu 1,85% e acumula 40,44% nos últimos 12 meses. Os demais combustíveis também subiram: etanol (3,20%), óleo diesel (2,89%) e gás veicular (0,36%)”, aponta o IBGE.
Nesta prévia não estão inclusos os novos reajustes nos preços da gasolina e diesel, praticados pela Petrobrás desde esta terça. Estima-se que os novos preços médios de vendas para as distribuidoras possam impactar em alta de até 9% nas bombas dos postos de combustíveis.
Ainda no grupo de Transportes, os automóveis novos (1,64%), usados (1,56%) e as motocicletas (1,27%) seguem em alta. “No caso dos automóveis usados, trata-se da 13ª alta consecutiva, acumulando 13,21% de variação nos últimos 12 meses. Os preços de outros subitens como pneu (1,71%) e óleo lubrificante (1,36%) acumularam, em 12 meses, altas de 31,03% e 19,19%, respectivamente”.
Itens relacionados à habitação colocam a categoria como a segunda maior contribuição para inflação, com 1,87%. O destaque ainda é a energia elétrica (3,91%), maior impacto individual no índice do mês (0,19 p.p.).
“Em outubro, permanece em vigor a bandeira tarifária Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Durante o período base do IPCA-15, vigorou tanto a bandeira Escassez Hídrica, na primeira quinzena de setembro, quanto a bandeira vermelha patamar 2, na segunda quinzena de agosto. Outra contribuição importante dentro do grupo veio do gás de botijão (3,80%), cujos preços subiram pelo 17º mês consecutivo e acumulam, em 2021, alta de 31,65%”, aponta.
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Na sequência, Alimentação e bebidas (1,38%), em que resultado acelerou em relação ao IPCA-15 de setembro (1,27%) e contribuiu com 0,29 p.p. no índice do mês. Os demais grupos ficaram entre o -0,01% de Saúde e cuidados pessoais e o 1,32% de Vestuário, conforme mostra a tabela a seguir.
A prévia da inflação divulgada pelo IBGE de 1,20% em outubro foi a maior para o mês desde 1995.