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Cidades Sexta-feira, 08 de Outubro de 2021, 08:03 - A | A

Sexta-feira, 08 de Outubro de 2021, 08h:03 - A | A

CRIA PÚTRIDA EUROPEIA

Mato Grosso registra casos de doença em abelhas de três municípios diferentes

As larvas das abelhas são infectadas quando ingerem alimento contaminado

Indea-MT

Em 30 de setembro de 2021 foram confirmados os primeiros casos de Cria Pútrida Européia, em Mato Grosso. A doença, causada pela bactéria Melissococcus plutonius, acometeu apiários de abelhas Apis mellifera africanizadas (híbrido de subespécies de Apis mellifera europeias e Apis mellifera scutellata) e um meliponário (criatório de abelhas nativas ou abelhas sem ferrão). Os casos, sem relação direta entre si, ocorreram respectivamente, nos Municípios de Nova Brasilândia, Poconé e Sinop.

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A Cria Pútrida Europeia (CPE), também conhecida como loque europeia, é uma doença de notificação obrigatória que pode acometer várias espécies de abelhas, sendo no Brasil sua ocorrência mais comum no gênero Apis, embora recentemente tenham sido registrados casos também em meliponíneos de diversas espécies no Espírito Santo e em São Paulo. As larvas das abelhas são infectadas quando ingerem alimento contaminado.

As análises laboratoriais foram realizadas pelo Laboratório Especializado de Sanidade Apícola (LASA), pertencente ao Centro de Pesquisa de Sanidade Animal do Instituto Biológico, aos cuidados da Drª Érica Weinstein Teixeira. A bactéria foi identificada nas sete amostras de colônias enviadas.

Sinais e sintomas da cria pútrida europeia (CPE):

Em Apis spp (abelha com ferrão) e meliponíneos (abelha sem ferrão), alguns sinais observados são favos de cria com muitas falhas e opérculos perfurados. Em Apis spp, a morte ocorre geralmente na fase de larva, antes que os alvéolos sejam operculados. As larvas doentes ficam em posições anormais, podendo ficar contorcidas, nas paredes dos alvéolos. Pode ocorrer mudança de cor das larvas, que passam de branco pérola para amarelo até marrom. Pode apresentar cheiro pútrido ou não. Quando as larvas morrem depois da operculação, aparecem opérculos escurecidos, afundados e/ou perfurados.

Em meliponíneos a larva morre no interior da célula/alvéolo, logo após seu nascimento (larva jovem), podendo ainda morrer na fase intermediária ou larva adulta, assim como na fase final (pré-pupa e pupa), pois a célula/alvéolo de cria é fechada logo após a postura da rainha.

Orientações aos apicultores e meliponicultores:

Realizar e manter atualizado o cadastro, do apiário/meliponário, no INDEA-MT.

Inspecionar/manejar regularmente as colmeias.

Notificar imediatamente ao INDEA-MT os casos suspeitos de ocorrência da doença para investigação, confirmação e demais medidas de defesa sanitária.

Remover quadros com cria doente.

Trocar rainha susceptível por outra mais resistente.

Evitar a suplementação energética ou proteica de origem desconhecida para não ser uma fonte de introdução do agente no apiário/meliponário.

Adotar a desinfecção de materiais, ferramentas e utensílios, principalmente os de uso comum, como formão e fumigadores, como uma medida preventiva de disseminação de doenças e biosseguridade.

Movimentar somente colmeias sadias e com GTA para evitar a disseminação de doenças.
Independente da finalidade, para trânsito inter ou intraestadual, é obrigatória a emissão e o acompanhamento da Guia de Trânsito Animal (GTA).

A notificação e identificação precoce da doença no apiário/meliponário possibilita a adoção de medidas de controle que irão diminuir a disseminação da doença, podendo reduzir o impacto dentro do apiário/meliponário e em toda a cadeia produtiva.

 

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