O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Cuiabá (UFMT) denunciou nas redes sociais uma convocação para que um grupo compareça armado em manifestação na universidade. A convocação foi feita em um grupo de WhatsApp chamado ‘ACON - JOVEM’, formado por jovens com ideologia conservadora. Prints da conversa foram publicados nesta quarta-feira, 19 de outubro.
O DCE afirmou que está denunciando o caso à Justiça Eleitoral e ao Ministério Público Federal, além de encaminhar ofícios com cópias das imagens para a reitoria e a Polícia Federal. O autor da mensagem não foi revelado.
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“Galera, precisamos agir como Cristo! Vamos nos mobilizar na UFMT, na praça do Restaurante Universitário, cantar o Hino Nacional, fazer uma oração, uma caminhada até a avenida Fernando Corrêa, pacificamente. Posso chamar os docentes pela liberdade (tem no mínimo uns 15 professores), os técnicos, a imprensa e a polícia. Tenho contato do Paccola e ele pode dar uma força. Quem estiver armado, vá, pois eles podem nos atacar”, diz a mensagem.
Nos comentários da publicação, vários estudantes da UFMT apontam a contradição que há no fato de o autor da convocação falar em uma manifestação pacífica ao mesmo tempo em que convida pessoas armadas para o ato. Eles também afirmam estar com medo de que o grupo conservador cometa qualquer ato de violência, mesmo fora da manifestação.
“’pacificamente’ ‘vá armado’. Contraditório né!? Deveria ser expulso. Uma coisa é usar cartazes e fazer uma manifestação porque é direito de todos, outra coisa é ir ARMADO”, escreveu uma estudante.
“Pessoal que pensa nessa universidade se isso acontecer mesmo pfvr não insulte essas pessoas isso é um ato de extrema violência prezem pela saúde e o bem estar de vocês se virem alguma coisa suspeita chamem a polícia!!!!! Imediatamente e se cuidem”, escreveu outra.
A mobilização do grupo é uma resposta à manifestação promovida pelo DCE na última terça-feira, 18, contra os cortes orçamentários na Educação e contra a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), que mobilizou centenas de estudantes da UFMT e do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT).