No próximo dia 2 de novembro, milhões de pessoas visitarão os túmulos de seus entes queridos. O Dia de Finados é uma data celebrada pela Igreja Católica desde o século II e consiste em ir até as sepulturas de amigos e familiares, enfeitá-las e orar pelos que já se foram. Mesmo sendo um feriado católico, esse dia também tem um significado importante para outras religiões.
Para o Frei Eliseu Aiolfi, vigário da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, as chamadas práticas de misericórdia, tanto corporais como espirituais, dizem que todos têm o direito a um enterro digno, bem como rezar pelas pessoas falecidas.
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“De que vale a nossa fé se não acreditarmos na ressurreição? Nós enquanto criaturas, sabemos que somos finitos, que temos as nossas fraquezas, limitações do ser humano, por isso aquela afirmação ‘és pó e ao pó há de retornarmos’”, explicou o vigário.
Eliseu afirma que para os católicos o Dia de Finados é, acima de tudo, mais uma expressão de vida e esperança do que pesar e tristeza. É um momento de expressar silêncio, veneração, respeito e muita oração, ao mesmo tempo de demonstrar a fé na ressurreição.
“Que possamos prestar essa homenagem diante das pessoas falecidas e aos entes queridos na perspectiva da saudade, pois a saudade é o amor que fica dos princípios e valores que foram deixados para cada um de nós. E, ao mesmo tempo, ter a profunda esperança de um encontro face a face com nosso Senhor”, finalizou o Frei.
VISÃO LUTERANA
O Luteranismo surgiu como resultado da Reforma Protestante ocorrida em 1517 com Martinho Lutero reformando a doutrina e prática da Igreja Católica. Para os luteranos, a salvação vem por meio da “graça, fé e por Cristo”, diferentemente do ponto de vista católico, que se baseia em uma salvação pelo “amor e pelas boas obras”.
Partindo disso, a visão do pastor Nestor Duemes, que congrega na Igreja Evangélica Luterana de Cuiabá, é de que a data é o momento de se recordar com carinho das pessoas amadas que se foram e deixaram a dor da saudade. Além disso, é o momento de se lembrar que Jesus Cristo venceu a morte e com sua ressurreição garantiu a vida eterna no céu.
“Trata-se de um dia de muito respeito, dia no qual somos lembrados a chorar com os que choram e orar por quem sofre por sentir a dor da saudade de alguém que já não está mais aqui entre nós”, afirma o pastor.
Ele esclarece que a ida aos cemitérios neste dia não é obrigatória, mas que deve ser um dia de respeito e compreensão com quem vai.
“É acima de tudo um dia para lembrar que a vida de quem crê em Cristo não termina no cemitério. É, portanto dia de lembrar da ressurreição dos mortos e da vida eterna, plena e sem fim. Foi esta vida que Jesus garantiu para todos com a sua ressurreição no Domingo de Páscoa”, explicou.
VISÃO ESPÍRITA
A visão espírita é diferente da católica e da luterana. Segundo a Federação Espírita Brasileira, o dia 2 de novembro é um dia como qualquer outro, uma vez que a ida ao cemitério é a representação exterior de um fato íntimo. As pessoas que visitam um túmulo manifestam mais uma obrigação social no calendário humano. Para os espiritas, não é necessário ir ao cemitério para homenagear um ente querido que já desencarnou, termo utilizado para se referir àqueles que já morreram.
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“O desencarne para nós é mudar de plano. É como se alguém se transferisse de uma cidade para outra. Ela vai continuar vivendo, existindo, sem que o corpo físico altere qualquer coisa neste sentido. A doutrina espírita nos transforma completamente porque ela muda essa perspectiva de futuro. Muitos acham que morreu, acabou e não existe mais nada além disso e isso é um engano. A vida continua no plano espiritual”, explicou Jocinei Silva, coordenador da Associação Espírita Wantuil de Freitas.
O que sensibiliza o espírito, segundo a fé espírita, não é propriamente a visita à sepultura, mas a lembrança fraterna e a prece sincera daquele que ficou na Terra, o que pode ser feito a qualquer momento e em qualquer lugar. Por isso, o Dia de Finados não é mais importante que outros dias para os desencarnados. A diferença entre a data e os demais dias é que, naquele, mais pessoas chamam os espíritos pelos pensamentos por meio de sua prece.
PROGRAMAÇÃO
Neste ano a Cuiabana Administradora de Cemitérios tem a expectativa de que o número de visitantes seja inferior a 20 mil pessoas. Por mais que a pandemia de covid-19 esteja sob controle, os cemitérios da capital têm uma programação especial para evitar aglomerações e por isso as celebrações da data devem começar uma semana antes.
A empresa comunicou que as novas medidas são válidas para os cemitérios da Piedade, do Porto e do Coxipó da Ponte. Ficou determinado que as missas do Dia de Finados serão realizadas nas capelas próximas aos cemitérios com horários escalonados para evitar aglomeração.
O uso de máscaras faciais segue obrigatório, bem como a manutenção do distanciamento social e o uso do álcool em gel, que será distribuído nos locais.