Parque solar de energia construído pelo Sicredi em Nova Xavantina, na região do Araguaia, (a 660 km de Cuiabá) entra em operação e vai abastecer 140 agências e sedes administrativas da instituição financeira cooperativa no Estado. Com investimento de mais de R$ 30 milhões, a usina solar fotovoltaica ocupa uma área de nove hectares, onde foram instalados 18 mil painéis, com potência para gerar 5 megawatts (MW) de energia. A geração própria evitará a emissão de mais de 24 mil toneladas de carbono em 25 anos.
Esta é uma das iniciativas que materializam a agenda do Sicredi na área de sustentabilidade, que vão ao encontro do seu propósito, de construir juntos uma sociedade mais próspera. Por ano, a usina tem capacidade para gerar mais de 11,3 gigawatts-hora de energia. Para se ter uma ideia do tamanho do projeto, o volume é suficiente para abastecer mais de 2.700 residências que consomem em média 350 kilowatts-hora/mês.
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Além do benefício ambiental, a operação da usina terá benefícios financeiros. A estimativa é que a despesa do Sicredi com a conta de energia elétrica no Estado tenha uma redução de 95%, uma economia anual de aproximadamente R$ 12 milhões.
“A construção de uma usina de energia solar para abastecer as agências do Sicredi em Mato Grosso é a concretização das ações que planejamos para cumprir o nosso Referencial de Desenvolvimento Sustentável. Com ele, o Sicredi planeja e executa iniciativas a partir de direcionadores que visam reduzir o impacto ambiental de suas operações, bem como maximizar os impactos positivos. A usina traz benefícios aos associados, à sociedade e ao meio ambiente”, afirma o diretor de Supervisão da Central Sicredi Centro Norte, Nauder Alves.
Energia solar no Brasil
A geração energética por fonte solar está em expansão no Brasil, e segue em ritmo acelerado de crescimento. Proveniente de uma fonte renovável e inesgotável de energia, não é poluente e exige pouca manutenção em suas centrais de produção. Levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) aponta que o país tem atualmente (dado atualizado em setembro de 2022) uma potência instalada de 18,6 gigawatts, sendo 12,7 GW de geração distribuída e 5,9 GW de geração centralizada.
No ranking estadual de geração distribuída, Mato Grosso aparece em 4º lugar, com 795,4 MW (6,2% de participação), atrás de Minas Gerais (2.038 GW/16%), São Paulo (1.705 GW/12,5%) e Rio Grande do Sul (1.418 GW/11,1%).
“Desde 2018, a capacidade de geração de energia elétrica com fonte solar praticamente dobra a cada ano no Brasil. Isso é consequência das políticas públicas de incentivo à produção de energia limpa e do avanço tecnológico desse sistema”, afirma o engenheiro eletricista Luciano Mori, especialista e consultor na área de projetos e instalação de sistemas de geração fotovoltaicos em Mato Grosso.
Ele afirma que esta é uma energia renovável e limpa, com baixa emissão de carbono. “E quando se fala em sustentabilidade, esse sistema de geração de energia é maravilhoso. Todo mundo ganha, desde uma residência, um comércio ou uma indústria, financeiramente falando, até o planeta, que sofrerá menos pressão da poluição”. Ele acrescenta que, quando uma empresa faz esse tipo de investimento, ela passa a ser vista com outros olhos pelo mercado e pela sociedade, e tem acesso a certificações que aumentam seu valor.
Sustentabilidade no Sicredi
Desde 2020, o Sicredi faz parte do Pacto Global, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) para estimular empresas a adotarem políticas de responsabilidade social corporativa e de sustentabilidade por meio da adesão a 10 princípios relacionados a direitos humanos, trabalho, meio ambiente e corrupção.
A participação no Pacto Global fortalece a busca do Sicredi pelo desenvolvimento sustentável em todos os aspectos do negócio e reafirma o compromisso na adoção dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) como guia para suas iniciativas. Esses objetivos incluem temas como erradicação da pobreza, o combate às mudanças climáticas e a preservação dos recursos naturais.
“São princípios que estão ligados intimamente à atuação do Sicredi, que promove a inclusão financeira, disponibiliza recursos para o desenvolvimento de negócios e das pessoas, e desenvolve projetos sociais que beneficiam a comunidade, pautados pela cooperação, ética, cidadania e respeito ao meio ambiente. A sustentabilidade está em todas as esferas do nosso negócio e direciona nossa atuação. Cada vez mais o Sicredi busca o equilíbrio em seus objetivos econômicos, sociais e ambientais, visando o bem-estar de todos”, acrescenta o presidente da Central Sicredi Centro Norte, João Spenthof.
Sustentabilidade na prática
Para cumprir a agenda de sustentabilidade, o Sicredi possui o Referencial de Desenvolvimento Sustentável, orientado por três grandes direcionadores: ‘relacionamento e cooperativismo’, ‘desenvolvimento local’ e ‘soluções responsáveis’, construídos a partir dos pilares social, econômico e ambiental. A partir desse Referencial, as cooperativas monitoram os impactos positivos de sua presença na sociedade e traçam estratégias para ampliá-los.
No que se refere às soluções responsáveis (pilar econômico da sustentabilidade), o Sicredi apoia os associados pessoas físicas, empresas e produtores rurais com recursos. São linhas de crédito para a economia verde, agricultura de baixo carbono, agroecologia e agricultura orgânica, boas práticas agrícolas, energia renovável e sustentabilidade, além de financiamentos de energia solar. No pilar ambiental está ainda o inventário das emissões de gases do efeito estufa, em suas operações e por colaborador.
No quesito crédito, o Sicredi contabiliza a concessão R$ 3,3 bilhões aos associados para projetos de energia solar no ano passado, em todo o País. O montante envolve 52,5 mil operações. O valor emprestado foi 106% maior que o registrado em 2020, quando totalizou R$ 1,605 bilhão. O crédito para energia renovável e sustentabilidade somou R$ 4,5 bilhões em 2021, contra R$ 2,3 bilhões no ano anterior, alta de 95,6%.
Na área de atuação da Central Sicredi Centro Norte (que abrange os estados de Mato Grosso, Rondônia, Acre, Roraima, Amazonas, Amapá, além de grande parte do Pará e alguns municípios de Goiás), as cooperativas do Sicredi emprestaram aos associados mais de R$ 1,143 bilhão em recursos para energia solar e energia renovável nos últimos 5 anos (até maio de 2022). Foram mais de 17,5 mil operações.
Isso mostra que, além de buscar iniciativas que reduzam o impacto das atividades no ambiente, o Sicredi disponibiliza a mesma oportunidade aos associados. Além de gerar a própria de energia e beneficiar o meio onde vive, o associado pessoa jurídica tem o custo com energia reduzido, valor que pode ser direcionado para outra finalidade e melhorias no negócio. No caso das pessoas físicas, o benefício direto é o alívio do orçamento.
Outra iniciativa do Sicredi na área de sustentabilidade é a neutralização de suas emissões de carbono. A gestão de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) é feita em nível nacional e contempla um diagnóstico completo das operações por meio do Inventário de GEE e da neutralização anual de emissões. Em 2021 foram neutralizadas mais de 21 mil toneladas de GEE em todo o país, calculadas no inventário de emissões de 2020. Este ano, a aquisição dos créditos é para 2021 e 2022, tendo como beneficiários cinco projetos de crédito de carbono, um em cada região do Brasil.
“A geração de energia pela usina é uma forma de reduzir as nossas emissões de carbono – nossa estimativa chega a 26% de redução anual. A projeção das emissões para 2022 na área de abrangência da Central está em 3.700 toneladas de gás carbônico equivalente, volume que já seria neutralizado com a aquisição de créditos de um projeto de conservação da floresta amazônica. Porém, com a entrada da usina e a adoção do sistema em novas instalações, buscamos prioritariamente a redução”, informa Daniela Lepinsk Romio, gerente de Sustentabilidade da Central Sicredi Centro Norte.
Futuro
A operação da usina solar fotovoltaica em Nova Xavantina é mais um passo da evolução do Sicredi nas regiões Centro-Oeste e Norte na agenda da sustentabilidade. Novos projetos já estão em andamento, como a expansão no abastecimento de energia solar para novas agências (inauguradas recentemente) em Mato Grosso.
No Pará, o Sicredi também prevê uma usina solar para abastecer as agências e, no Acre a aquisição de um parque solar fotovoltaico já pronto está em processo de finalização. Nos demais estados da área de atuação da Central (Amazonas, Roraima Amapá e Rondônia), o Sicredi estuda o uso de crédito de energia de matrizes sustentáveis que já estejam disponíveis na região para utilização pelas cooperativas em suas agências.