O presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, afirmou nesta segunda-feira (5) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu agilidade no ressarcimento dos aposentados e pensionistas vítimas da fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) — alvo de operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU).
Ele afirmou ainda que o plano de ressarcimento sairá até a próxima semana. Waller concedeu entrevista à GloboNews nesta manhã.
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"Pela pressa que o presidente nos deu, creio que todo plano pode sair nessa o ou na próxima semana", mencionou.
"O presidente da República determinou o mais rápido possível. Agora, estamos em fase interna na Casa Civil. Tão logo seja aprovado, seja concordado, seja fechado — temos outros atores para discutir como Supremo, CNJ, DPU, Ministério Público Federal — e fechada, comecemos o mais rápido", disse em outro momento.
Ainda segundo Gilberto Waller Junior, neste domingo (4) o INSS abriu 13 processos de responsabilização de pessoas jurídicas.
"Pessoas jurídicas essas que estão no relatório da Polícia Federal, apontadas como pagadoras de propina para agentes público e também empresas de fachada", detalhou.
"Essas empresas de fachada, ao abrir o processo de responsabilização, já desconsideramos a questão da pessoa jurídica e colocamos também seus sócios como responsáveis. De imediato, encaminhamos para AGU para medidas cautelares, principalmente bloqueio de bens visando garantir ressarcimento do dano que os nossos beneficiários sofreram", explicou.
O que se sabe sobre a fraude
Segundo a PF e a CGU, as entidades investigadas ofereciam o pagamento de propina a servidores do INSS para obter dados dos beneficiários.
Há registros de aposentados que, no mesmo dia, foram filiados a mais de uma entidade. A liberação de descontos "em lote" pelo INSS, sem autorização individual dos beneficiários, também foi identificada como um fator para a "explosão" de fraudes.
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão nesta sexta-feira (2). A avaliação do governo é que houve omissão de Lupi. Uma reportagem do Jornal Nacional revelou que o ministro recebeu os primeiros alertas em junho de 2023 e levou quase um ano para agir.
Alessandro Stefanutto, que presidia o INSS e foi indicado ao cargo por Lupi, foi demitido na semana passada. Ele foi alvo de uma operação da PF para colher provas da fraude.