A advogada Tatiana Borsa, que representa o réu Marcelo de Jesus dos Santos no júri do caso Kiss, fez uso de uma carta psicografada, durante os debates entre defesas e acusação na noite de quinta-feira (9), para defender o seu cliente.
Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, é apontado pelo Ministério Público (MP) como responsável por ter acendido o artefato pirotécnico que causou o incêndio na boate. A carta seria de um dos jovens que morreu, documento onde ele supostamente pediria para deixar de procurar culpados.
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"Ao invés de gastar nosso pensamento procurando por culpados, vamos nos unir em oração", traz o vídeo com a transcrição do que a vítima teria dito na carta.
O vídeo, de acordo com Tatiana, reproduz a mensagem enviada por Guilherme Gonçalves, vítima do incêndio. Ela foi publicada no livro Nossa Caminhada, encomendado por familiares de vítimas que pediram que quatro médiuns fizessem psicografias.
Nesta sexta, a advogada pediu desculpas por reproduzir a carta psicografada.
Gabriela Ahmad, irmã de Daniela, vítima do incêndio, disse em uma publicação em redes sociais ser "inaceitável que a defensora do réu Marcelo de Jesus dos Santos utiliza o livro na tentativa de comoção dos jurados".
"O Livro tem somente um único objetivo: auxiliar mais famílias no enfrentamento da dor da perda de seus filhos, trazendo algum conforto e explicação para tanto sofrimento. Jamais imaginamos que alguém se valeria das palavras de nossos queridos familiares, desencarnados na boate Kiss, para tentar a absolvição de um dos réus. Infelizmente, temos que enfrentar inconvenientes como esse", conta.
O g1 pediu um posicionamento para a advogada a respeito da utilização desse recurso durante o debate, mas não obteve retorno até o horário de publicação desta notícia.